Brasil tem mais de 670 mil casos por ano de infecção generalizada
O Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio de Janeiro, recebeu nesta quinta-feira (10) uma ação de conscientização sobre a sepse, com distribuição de material à população e esclarecimento de dúvidas sobre a doença. Em 13 de setembro, transcorre o Dia Mundial da Sepse, que registra 670 mil casos no Brasil por ano, de acordo com dados do Instituto Latino Americano de Sepse (Ilas)..
O vice-presidente do Ilas, Luciano Azevedo, explicou que quanto mais órgãos param de funcionar, maior é a gravidade da doença e maior é a chance de o paciente morrer. Por isso, ele destacou a importância do diagnóstico precoce.
“Uma vez que o cidadão tenha sinais de um processo infeccioso, é sempre bom procurar logo um serviço de saúde para ser avaliado por um médico. É importante a ida a um pronto-socorro, porque o tratamento é muito dependente do diagnóstico precoce.”
O tratamento ocorre com uso de antibiótico, soro na veia para normalizar a pressão e combater a desidratação, além de remédios para controlar a febre e para vômito, caso necessário.
Segundo Azevedo, o Brasil é um dos países com taxa mais alta de mortalidade por sepse no mundo, podendo chegar a 55%. Ele enumerou três fatores que fazem a mortalidade no Brasil ser alta: desconhecimento do público leigo, desconhecimento do profissional de saúde e a infraestrutura inadequada do sistema de saúde brasileiro, principalmente, do Sistema Único de Saúde (SUS).
“A sepse ainda é desconhecida porque as pessoas não atentaram para isso. O que falta é exatamente o que estamos tentando fazer: divulgação. Temos ações para explicar a importância e gravidade da sepse aos profissionais de saúde. Além de ações para o público leigo, com pessoas explicando o que é a sepse e profissionais de saúde que vão atender e tirar as dúvidas a respeito da doença. No final, queremos que a taxa de mortalidade seja reduzida.”
Essa ação faz parte das atividades organizadas para a Campanha Prevenção de Infecção na UTI [Unidade de Terapia Intensiva], promovida pela Associação Brasileira de Medicina Intensiva (Amib), lançada em abril deste ano. A entidade ainda enviará material de esclarecimentos às 1.900 unidades de terapia intensiva brasileiras e deve atingir cerca de 100 mil pessoas.
De acordo com o presidente da Campanha, Thiago Lisboa, 70% dos pacientes internados nas unidades de terapia intensiva recebem tratamento para algum tipo de infecção, e nesse ambiente, o risco de infecção é de cinco a dez vezes maior do que em outros ambientes hospitalares.
“A principal medida que reduz uma infecção é uma adequada higienização das mãos, porque com isso já se diminui bastante o risco de transmissão de infecção dentro de um hospital de um paciente para outro.”
O médico enumera outras medidas como o uso racional de antibióticos, tomar cuidado com a limpeza do ambiente, além de usar adequadamente as precauções que forem indicadas como a luva e o avental para evitar o contato excessivo com bactérias.