Dornelles anuncia que “medidas muito duras” serão tomadas no Rio

O governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles, anunciou que a decretação do estado de calamidade pública abrirá espaço para a tomada de medidas muito duras nos próximos dias para enfrentar a crise econômica no estado. Dornelles falou com a imprensa no início da noite desta sexta-feira (17), no Palácio Guanabara, mas não quis detalhar quais medidas serão tomadas a partir da próxima semana.

Rio de Janeiro - O governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, decretou estado de calamidade pública por causa da crise financeira (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Rio de Janeiro – O governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, decretou estado de calamidade pública por causa da crise financeira (Fernando Frazão/Agência Brasil)

“O decreto de calamidade pública tem objetivo de chamar a atenção de toda a sociedade do Rio para os problemas que vive o estado, abrindo caminho para que a gente possa tomar medidas muito duras no campo da administração. Isso, no momento oportuno, nós vamos equacionar”, disse o governador.

Dornelles explicou porque houve a decretação do estado de calamidade pública. “Eu quero que todas as pessoas do Rio de Janeiro compreendam que o estado vive uma grande crise financeira. Houve um problema na área de petróleo, houve um problema de recessão econômica, com nossa siderurgia, com o nosso setor automobilístico, perdemos uma grande arrecadação de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços], perdemos uma grande quantidade de royalties do petróleo e essa medida de calamidade pública tem objetivo de chamar a atenção de cada cidadão para as dificuldades financeiras que vive o estado.”

O governador disse que os salários dos professores estão garantidos, porque recebem pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), mas não quis comentar sobre os salários dos demais servidores, que atualmente recebem parcelado e com atraso. “Hoje, cada coisa no seu momento e na sua hora”.

Dornelles disse que o estado não deixará de pagar suas dívidas e que espera ajuda do governo federal. “Não se pretende dar calote. Eu espero do governo federal uma grande compreensão, principalmente um trabalho conjunto na área da segurança, da saúde e da mobilidade, que são pontos extremamente importantes para o Rio de Janeiro.”

Paes garante que calamidade pública no Rio não atrasa entregas olímpicas

Em comunicado divulgado pelo twitter, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, assegurou que o estado de calamidade pública, decretado hoje (17) pelo governo estadual, “em nada atrasa as entregas olímpicas e os compromissos assumidos pelo Rio”.

Ainda na rede social, o prefeito afirmou que confia na parceria com o governo federal para garantir a segurança dos Jogos de 2016: “No próprio tema da segurança dos jogos-aonde a prefeitura não tem responsabilidades – temos a certeza que a parceria com o governo federal funcionará. Portanto, quero renovar aqui a confiança de que realizaremos jogos excepcionais!”

“Medida exemplar e corajosa”

O presidente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carlos Ivan Simonsen Leal, classificou a declaração de estado de calamidade pública no âmbito da administração financeira, pelo governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, de “uma medida exemplar e corajosa”.

De acordo com o presidente da FGV, a decisão traz à tona a “dificílima realidade fiscal” do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, permite que o governo estadual adote medidas necessárias para sanear as contas públicas: “A decisão abre espaço para a implementação, com total transparência, de medidas absolutamente necessárias e inadiáveis para a recuperação do Estado”.

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