Forças Armadas reforçam combate ao Aedes aegypti no Rio, mas não em favelas
Todos os imóveis urbanos do estado do Rio de Janeiro deverão ser visitados por agentes de saúde até o fim do mês. Essa é a expectativa das autoridades com a entrada em ação das Forças Armadas. A força-tarefa atuará em todo o Brasil, com a participação de 220 mil militares espalhados pelas unidades da Federação. A presidenta Dilma Rousseff vem ao Rio neste sábado, de manhã, para acompanhar uma das ações da força-tarefa em Santa Cruz, zona oeste da capital.
A ação conta ainda com dez mil agentes de saúde e dez mil agentes comunitários de saúde. A primeira fase da operação começou em janeiro e consistiu na visita a edifícios públicos e militares, em busca de focos do transmissor de dengue, chinkungunya e vírus Zika. O custo das atividades não foi divulgado.
Nesta primeira semana, o foco será na conscientização da população. O coordenador regional das ações de mobilização e combate ao mosquito na Marinha, almirante de esquadra Sergio Roberto Fernandes dos Santos, explicou que o trabalho de conscientização ocorrerá durante todo o dia em 26 municípios do estado simultaneamente, além de 49 bairros da região metropolitana.
Para o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe, a ajuda das Forças Armadas será essencial para atingir a meta estipulada pelo Ministério da Defesa, de visitar 100% dos imóveis residenciais urbanos em 30 dias em todo o Estado.
“As Forças Armadas vão atuar de forma complementar à estrutura já montada nos municípios e aumentar nossa capacidade de mobilização”, disse ele, ao ressaltar que apesar do empenho conjunto, dificilmente será possível diminuir consideravelmente os casos de dengue, Zika e chikungunya.
“Historicamente, março, abril e maio são os meses de pico nos casos de transmissão. Se conseguirmos frear a aceleração do número de casos já será um sucesso”, comentou Alexandre Chieppe. Na capital fluminense, a zona oeste e a central são as áreas maior preocupação. Em março e meados de abril, os agentes de saúde farão novo ciclo de visitas com meta de alcançar novamente 100% das residências no estado.
A atuação em favelas e áreas de risco e a visita compulsória a imóveis fechados ou sem consentimento do morador continuarão sendo atribuições dos agentes de saúde. Caso militares encontrem imóveis abandonados ou fechados, estes imóveis serão marcados e seus locais informados às secretarias municipais de saúde, que vão utilizar os mecanismos legais para visitas compulsórias.
Entre os dias 15 e 19 de fevereiro, efetivos militares capacitados pelas secretarias de saúde do estado e do município vão visitar escolas das redes pública e privada, com o objetivo de reforçar o trabalho de conscientização das crianças e adolescentes sobre evitar a proliferação do mosquito.
Em imóveis fechados, após três notificações, a força policial e agentes de saúde poderão entrar com o auxílio de um chaveiro. Decreto recente do governo do Rio também determinou que, em situações de risco de saúde pública, o morador não poderá recusar a entrada de agentes de endemias dos municípios. Caso haja recusa, a visita será compulsória.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, cerca de 2% dos imóveis no Rio estão fechados. Em municípios de veraneio, entretanto, esse percentual chega a 30% do total imóveis em algumas épocas do ano.