Jovens de Itaboraí com síndrome de Down vão trabalhar nos Jogos Olímpicos

Dez alunos com síndrome de Down, todos da Associação Pestalozzi de Itaboraí, foram aprovados na triagem feita pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e vão trabalhar durante os Jogos. A instituição foi a única que atende jovens com deficiência mental no Estado do Rio selecionada para indicar voluntários para o mega evento. Ao todo, 14 foram indicados para serem avaliados pelo COB.

aluosIta2As atividades desenvolvidas serão na área de apoio e recepção na Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. No local, cerca de 18 mil pessoas, entre atletas e demais profissionais, deverão se hospedar durante as competições.

De acordo com a assessora pedagógica da Pestalozzi Itaboraí, Eliselda de Carvalho, pesaram para a escolha a proximidade com Rio de Janeiro, o trabalho de 33 anos da instituição e também as aptidões dos alunos pelo esporte, já que todos os anos a Associação envia representantes à Olimpíada da Pessoa Deficiente (Olimpede), em Macaé.

“Temos a certeza de que eles vão fazer um trabalho excelente, uma vez que já praticam essas atividades no seu dia a dia. Alguns, inclusive, já fazem cursos extras em outras instituições. Selecionamos aqueles mais independentes, porque sabemos que essa experiência profissional será única e contará muito na vida deles”, diz Eliselda.

Esse é o caso do Williams Calisto, de 34 anos, que diz estar ansioso para trabalhar na Rio 2016.

“Será minha primeira experiência e quero fazer o meu melhor. Até mesmo minha família e meu pastor dizem que tenho potencial para isso”, resume o jovem.

Toda alimentação, transporte e uniformes serão custeados pelo próprio COB. Ao todo, nove profissionais da instituição acompanharão os alunos.

Eficiência

A Associação Pestalozzi de Itaboraí atende atualmente cerca 138 alunos com deficiência intelectual. No local, atuam 14 professores, além de psicólogos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas. A alimentação, da mesma forma que os profissionais que atuam na unidade, é custeada com recursos da Prefeitura de Itaboraí. Em média, cada aluno passa cerca de 4 horas por dia na instituição. Além de acompanhamento educacional e médico, os beneficiários participam de atividades em brinquedoteca, sala de leitura e artes.

“O diagnóstico precoce é tão importante quanto a chegada deles na instituição. Nosso objetivo é que eles possam desenvolver-se aqui e, a partir daí, serem inseridos na rede regular de ensino. Hoje inclusive já recebemos bebês. Quando mais cedo seu acompanhamento, maior e melhor é o seu desenvolvimento”, explica a professora e diretora da unidade, Marta Moraes.

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