Megaoperação tem 76 presos: 54 PMs e 22 traficantes

PM preso na megaoperação esconde o rosto ao ser levado por outros policiais | Reprodução / Fernanda Rouvenat/G1

No início da tarde de hoje (29), 76 mandados de prisão preventiva já haviam sido cumpridos pelos agentes, sendo 54 contra PMs e 22 contra traficantes.

Em coletiva de imprensa, Fábio Barucke, da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, relatou que armas apreendidas nas comunidades de São Gonçalo eram vendidas em outras favelas por policiais corruptos, sem que o material fosse apresentado nas delegacias.

“Percebemos que essa organização criminosa não deixou de arrecadar os recursos do tráfico de drogas”, disse o delegado, que chamou, ainda, os PMs acusados de “laranjas podres”.

“Pela minha experiência profissional, a vida de traficante é uma vida curta. Muitas vezes são presos sem que a gente precise procurar, pela Polícia Militar. Porém, esses maus policiais davam cobertura a eles”, disse o delegado, que afirmou também que alguns dos policiais presos manifestaram interesse em fazer delações sobre o esquema.

Roberto Sá, secretário de Segurança do Rio de Janeiro, reafirmou a importância das instituições policiais em eliminar agentes corruptos.

“Desconheço instituições que cortem na carne como as polícias. Não é simples, mas necessário. A gente segue adiante. A sociedade precisa de nossas instituições”, disse ele.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Wolney Dias, foi enfático ao falar sobre a operação.

“Não compactuamos com qualquer desvio de conduta. Não queremos os maus policiais nas nossas fileiras. Se precisar excluir 90, 900, 9 mil, não importa. Nós não os queremos na nossa instituição. O policial que trai o seu dever de ofício não é digno de vestir a farda da Polícia Militar”

O promotor do Ministério Público, Antônio Pessanha, explicou que foram usados programas de reconhecimento de voz para comprovar os policiais citados pela fonte que denunciou o esquema realmente estavam nas unidades citadas. Os PMs acusados eram dos seguintes grupos: Grupamento de Ações Táticas (GAT), Patrulha Tático Móvel (PATAMO), Serviço Reservado (P-2), no Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) e Ocupação.

PMs denunciados por esquema de corrupção em São Gonçalo | Reprodução/Globo

Os policiais vão responder por organização criminosa e corrupção passiva. Já os traficantes responderão por tráfico, organização criminosa e corrupção passiva.

Calabar

A operação foi batizada de Calabar, em referência a Domingos Fernandes Calabar, um dos grandes traidores da história do Brasil, pois aliou-se aos holandeses que, no século XVII, invadiram o Nordeste brasileiro.

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