Natal sem glúten e caseína, mas com muito sabor
Panetone, rabanada, torta de bacalhau, sorvete, torta de maçã, bolo de chocolate, pães diversos e outras guloseimas que caem muito bem durante os festejos de Natal foram criados e aprovados. Tudo sem glúten e caseína – proteínas do trigo e do leite que, se consumidas pelos autistas, agravam alguns dos sintomas dos portadores da síndrome.
“As duas substâncias causam reações adversas na maioria dos autistas. Ao ingerir alimentos com glúten e caseína, eles se tornam mais irritados e aumentam a estereotipia (ações repetitivas, verbais ou motoras, típicas de autistas), gerando também desconforto abdominal e problemas intestinais, entre outras complicações”, esclarece Karina.
As mães são unânimes ao reconhecer melhoras na saúde e no comportamento de seus filhos autistas, a partir da adoção da alimentação sem glúten e caseína no dia a dia.
“Eu já sabia dessa dieta, mas foi a partir do início do tratamento aqui na Clínica-Escola que resolvi adotá-la na prática”, diz Alice Maria Melo, mãe do jovem autista Arthur, 4 anos. “Houve grande melhora. Ele ficou mais concentrado e sociável, e aumentou o contato visual. Isso em apenas dois meses”.
Já Gustavo, 5 anos, livrou-se das fraldas, como atesta a mãe, Janaína Marques.
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Clínica-Escola
A Clínica-Escola do Autista de Itaboraí compõe a rede da Secretaria Municipal de Educação e Cultura. É a única instituição pública do país a oferecer tratamento multidisciplinar gratuito a autistas de todas as idades, incluindo diagnóstico e tratamento médico, orientação nutricional e sessões com fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, entre outros. Os alimentos utilizados no local são todos orgânicos, obtidos da agricultura familiar local.
Atualmente, a instituição atende a 107 pessoas, e vai iniciar uma nova fase em 2015, voltada a preparar os autistas para serem inseridos na rede de ensino regular do município. Para isso, um grupo de 30 professores da rede concluiu um curso de Formação Pedagógica em Autismo, que os habilita a lidar com portadores da síndrome na Clínica-Escola e nas outras instituições de ensino da cidade.