O mar se abriu para a Espanha e estreitou para quatro campeões

Na última segunda-feira (25) começou a ser desenhada a tabela da fase de mata-mata da Copa do Mundo Rússia 2018. A cada dia, ela ganhava mais forma. Agora, está completamente pronta, colorida. As 16 seleções sobreviventes já sabem qual trajeto terão que percorrer para chegar até a grande decisão.

Numa olhada rápida, é possível perceber, de forma nítida, que quatro campeões mundiais estão metidos numa verdadeira encrenca. Uruguai pega Portugal, e França duela com Argentina. Os lusos são os únicos que nunca conquistaram o torneio neste “grupo”. Daí sai um semifinalista. O quarto campeão é o Brasil, que enfrenta o México na mesma parte da chave que terá o encontro entre Bélgica e Japão. Deste segundo “grupo” saíra o adversário do primeiro. Ou seja, uma dessas oito equipes estará em Moscou no dia 15 de julho para a final.

Do outro lado, a Espanha, vencedora em 2010, vê apenas a Inglaterra como dona de um troféu mundial. E eles só medirão forças numa eventual semifinal. Croatas e dinamarqueses definem quem vai encarar os espanhóis ou a Rússia, dona da casa, que tenta ser também a zebra. Já o clássico “sertanejo” Suécia e Suíça irá revelar o oponente de ingleses ou colombianos. Neste caso, basta um tropeço da Fúria/Roja e dos detentores da taça de 1966 para que o improvável ganhe espaço na última batalha pela taça. Se esses pequenos escorregões acontecerem e os suecos não tiverem vida longa, estará decretada a existência de um finalista inédito, ampliando as chances de o campeão também ser novidade.

A dificuldade da esquerda contrasta com a facilidade da direita, mas isso é quando estamos falando de tradição, peso da camisa. Pelo que se viu nos jogos até aqui, ninguém merece o status de favorito. Assim, países de currículos menos relevantes no futebol podem, sim, sonhar. Talvez, desde 1998, quando tínhamos a França como anfitriã e um time que a credenciava para a conquista que veio no fim, nunca tenha sido tão realista acreditar num título inédito.

Itália não foi à Copa, e a Alemanha esteve, porém, como todos sabem, caiu drasticamente na fase de grupos. Ambas contribuíram para esse desequilíbrio. Sabe como? Com suas ausências. Sem contar com a Holanda, que bateu na trave três vezes em decisões, e também poderia fortalecer o outro lado. Claro que todas elas estão de fora por deméritos próprios. Da mesma maneira, a “inesperada” segunda colocação da Argentina no Grupo D contribuiu.

Nesta quinta, Senegal bobeou feio, perdeu e, com o antijogo do Japão contra a já eliminada Polônia nos minutos finais, acabou comprando a passagem de volta para casa. Assim como os poloneses, a Colômbia triunfou por 1 a 0. Os sul-americanos avançam junto com os asiáticos, que sobrevivem graças ao questionável critério dos cartões. Faltou um gol de saldo para os africanos.

Já no penúltimo grupo (G), que, curiosamente, foi finalizado por último (vai entender), a Tunísia fez o mínimo para não ser envergonhada: venceu, de virada, o Panamá, por 2 a 1, na partida dos que não tinham mais como prosseguir. Simultaneamente, o embate de reservas terminou com 1 a 0 para a Bélgica sobre a Inglaterra. Como quem passasse em primeiro iria para a chave mais árdua, muitos imaginavam assistir ao VT de Dinamarca e França com camisas diferentes. Felizmente, não ocorreu. Que coragem dos belgas! E profissionalismo também. Os ingleses perderam na bola mesmo, e não na vontade.

Sexta não tem Copa. É a primeira vez, desde que ela teve início em 14 de junho. Hora de respirar e colocar os exames cardíacos em dia. Pois, sábado é dia de mais bilhetes aéreos serem adquiridos.

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