Relatório sobre violência contra LGBTs será lançado no Rio

O programa Rio sem Homofobia vai lançar o primeiro relatório com dados oficiais da violência motivada por homofobia. A expectativa é que a primeira análise dos dados seja apresentada no fim deste ano. De acordo com o coordenador do programa, Cláudio Nascimento, desde 2009 o estado registra o motivo presumido de homofobia nos boletins de ocorrência.

homofobia1Cláudio Nascimento apresentou as ações desenvolvidas em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Estado na mesa Violência contra Minorias e Grupos Vulneráveis, durante o 9º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que acontece na cidade até esta sexta-feira (31).

O levantamento vai possibilitar, pela primeira vez no Brasil, a síntese de dados oficiais sobre a violência contra pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros).

“Isso vai ajudar a formular políticas públicas em segurança e outras áreas também. Porque, à medida que vão se mostrando os dados concretos, a gente pode ter uma visão melhor e ver que tipo de caminho precisa seguir”, disse Nascimento. De acordo com ele, os dados que o programa tinha eram de pesquisas qualitativas ou de organizações não governamentais que recortavam matéria de jornal ou de internet. “Algo importante, mas que não era dado oficial, então é importante que o estado se posicione”, acrescentou.

Cinco primeiros anos de ocorrências

O relatório ainda está sendo sistematizado e vai trazer dados dos cinco primeiros anos dos registros das ocorrências. “Vai dar para a gente uma maior radiografia de como está a situação no estado e se esses crimes estão sendo investigados, se foi para a justiça, se a justiça assumiu ou não assumiu”, ressaltou.

Para o coordenador do Rio sem Homofobia, o relatório vai trazer os crimes que foram caracterizados como de homofobia, que tipo de resposta a segurança pública deu e, também, vai começar a balizar o papel do Ministério Público e da Justiça nos passos seguintes.

Nascimento destacou, ainda, que também será possível fazer uma comparação de elucidação. “Hoje a gente vê que os crimes contra a nossa população tem assumido, a grosso modo, no Rio de Janeiro, dados de maiores do que da população em geral”.

Ele informou que o trabalho começou em 2007 e se baseia em preparar as polícias para lidar com a população LBGT de forma humanizada e não discriminatória, como a inclusão do nome social das travestis e de transexuais nos registros de ocorrências e cursos de capacitação para a corporação, que já treinou 12 mil dos 60 mil policiais do estado, entre militares e civis.

Nesta sexta-feira também será lançado o relatório de cinco anos dos atendimentos do Centro e do Disque Cidadania LGBT no estado, que somaram mais de 40 mil atendimentos, sendo que cerca de 30% são denúncias de casos de violência homofóbica.

Programa

O Programa Rio Sem Homofobia foi criado para implementar ações e acompanhar políticas públicas para a população LGBT no Estado. Também tem o objetivo de estabelecer ações e metas, bem como monitorar e avaliar a implementação, nas diversas secretarias, das diretrizes do programa fluminense – inspirado no Brasil Sem Homofobia.

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