São Gonçalo oferece cursos de educação inclusiva

Segundo o censo de 2014 realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o município de São Gonçalo possui ao todo 1.415 estudantes com necessidades especiais matriculados na rede pública de ensino.Visando a inclusão desses alunos de maneira ampla no processo de aprendizado, a secretaria municipal de Educação deu início em 2013 a um processo de capacitação de professores e demais profissionais da educação, por meio de cursos gratuitos com atividades voltadas para a inclusão.

A iniciativa busca contemplar a meta de número 4, do Plano Nacional de Educação (PNE – 2011 – 2020) que se propõe a “universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados”.

Desde o início do projeto da secretaria 225 docentes foram capacitados. Atualmente, cinco cursos são ministrados no colégio municipal Presidente Castelo Branco, no Boaçu. São eles: grafia em braile, soroban, libras, transtorno global do desenvolvimento (TGD), capacitação para a utilização de salas multifuncionais e produção de material para alunos com deficiência visual (cegos ou baixa visão).

Este último, é ministrado toda quarta-feira a noite e possui atualmente uma turma de 20 alunos, formada exclusivamente por professores. A docente Maria do Carmo de Azevedo Pinto, 63 anos, que há 12 anos leciona para alunos com necessidades especiais, é uma das alunas, e relata de que forma o projeto de inclusão transformou sua relação com os educandos.

“Há dois anos eu trabalho na sala de recursos multifuncionais, onde o acompanhamento é feito de forma individual com o estudante. Tenho um aluno que possui múltiplas síndromes. Ele é autista, tem paralisia cerebral e é surdo. No início a integração dele foi muito difícil, mas, quando nos capacitamos e oferecemos ao aluno recursos que viabilizam o aprendizado, é gratificante. Hoje ele é integrado, utiliza os recursos. A iniciativa da Prefeitura é muito boa e eu espero que seja contínua”, ressaltou a docente.

EDUCACAO2O município de São Gonçalo possui 66 salas de recursos multifuncionais, sendo que nove destas são voltadas para atender deficientes visuais. Para a secretaria, cumprir a meta não é uma corrida contra o tempo, e sim, uma necessidade crescente de inclusão na esfera da educação inclusiva, conforme ressalta a subsecretária de Ensino e Apoio Pedagógico, Graciane Volotão.

“A política de inclusão é uma necessidade no município, e vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance a fim de incentivar a inclusão em todas as esferas. Capacitar os professores é dar autonomia para que eles façam um trabalho de qualidade”, destacou.

Os cursos de inclusão possuem duração de seis meses e as inscrições para novas turmas que terão início em agosto, já estão abertas. Ao todo, são disponibilizadas 150 vagas, sendo 25 para cada modalidade. Para se inscrever é preciso encaminhar uma mensagem para o endereço eletrônico especial.semed@pmsg.rj.gov.br.

Por meio de um processo de humanização do ensino, o coordenador de educação inclusiva do município, Humberto Bethoven, afirma que a educação inclusiva “é um fato e um processo irreversível”.

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