300 toneladas de medicamentos vencidos em depósito de Niterói
Mais de 300 toneladas de medicamentos e materiais hospitalares fora da validade foram encontrados pelo presidente da Comissão de Orçamento da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Pedro Fernandes (SDD), em vistoria realizada nesta segunda-feira (22/02) na Central Geral de Abastecimento (CGA) da secretaria de Estado Saúde, em Niterói. A ação é parte da auditoria que a Alerj está fazendo nos contratos da saúde estadual, por meio das comissões de Orçamento e de Tributação.
“Encontramos vacinas vencidas desde 2011, além de próteses, agulhas, gases e luvas”, afirmou o parlamentar. O deputado solicitou que o consórcio LogRio, responsável pela Central, envie às comissões, até amanhã, um relatório com a lista dos medicamentos e insumos guardados no local.
A LogRio alega que emite relatórios para a Secretaria de Saúde, periodicamente, quando ainda faltam de um a três meses para o vencimento de remédios e materiais.
“Queremos saber porque a secretaria nunca tomou providência mesmo sabendo do período de vencimento. Isso é muito grave. Esses relatórios também estarão anexados no documento que as empresas terão que nos enviar”, explicou Fernandes.
Segundo o deputado, com os relatórios a comissão terá como calcular o desperdício financeiro do Estado, e vão ser incluídos também no trabalho de auditoria que está sendo feito pelas comissões.
O deputado afirmou ainda as comissões de Orçamento e de Tributação da Alerj, responsáveis pela auditoria na saúde, vão votar já na próxima quarta-feira (24/02) a convocação de todos os envolvidos neste caso para prestar esclarecimentos. “Vamos apurar os fatos e encaminhar as medidas para o Ministério Público˜, afirmou.
A vistoria foi motivada por uma denúncia de que, entre junho de 2014 e março de 2015, cerca de 700 toneladas de medicamentos e materiais hospitalares teriam sido queimados após terem saído da CGA. A descoberta ocorreu por causa de uma sindicância aberta no ano passado pelo então secretário de Saúde, Felipe Peixoto.
A investigação teve início a partir de um e-mail que denunciava a queima de quantidades expressivas de material hospitalar do Estado nas dependências de uma empresa especializada, a Haztec, na Baixada Fluminense, contratada para incinerar o material.
Outro lado
O secretário de Estado de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr., que assumiu a pasta no início deste ano com a missão de contornar a crise, informou ao deputado que está sendo montado um novo sistema para agilizar a entrega desses relatórios.
“O secretário alegou que os documentos enviados pela LogRio chegam muito em cima, e que não tem como ser dado um destino rápido a muitos medicamentos, explicou Pedro Fernandes.