Tartaruga marinha de volta ao mar em Maricá
Uma tartaruga marinha verde (Chelonia mydas) foi solta na Praia de Ponta Negra nesta quinta-feira (09/03), em uma ação da Prefeitura, através da Subsecretaria de Meio Ambiente, da Coordenação de Defesa Civil e da Guarda Ambiental. A soltura do animal foi acompanhada por 40 alunos do 4º e 5º anos da Escola Municipal Reginaldo Domingues dos Santos, que comemoraram o retorno do animal à natureza.
A coordenadora ambiental Paula Kaya falou sobre a importância de associar a soltura de animais a atividades ambientais, explicando como o fato pode mudar a rotina dos estudantes do bairro.
“As crianças vivenciaram a sobra de resíduos e anzóis, tanto em aves quanto nas tartarugas marinhas”, disse.
“Aproveitamos também para trabalhar o zelo pelo local onde moram, porque são frequentadores da praia e com isso vão respeitar mais o meio ambiente”, explicou a coordenadora.
Aluno do 5º ano da escola, Lucas Nuss garantiu que vai mudar o comportamento. “Achei muito importante para nós sabermos o que o lixo que a gente deixa na praia causa. Gostei de ver várias pessoas participando. Um momento bem bonito”, contou o menino.
O animal foi resgatado com muitas feridas e marcas de rede em janeiro, após um pescador ter acionando um monitor do CTA – empresa que em parceria com o Projeto Aruanã monitora as praias de Saquarema a Paraty – e ficou em reabilitação na base de Araruama, a mais próxima do local com licença para receber animais vivos.
Segundo a veterinária Adriana Mastrangelli, a reabilitação da tartaruga verde foi rápida. “Ela foi direto para o ambulatório, onde suas feridas foram tratadas com medicação específica que não sai na água, ganhou anilha de identificação do Projeto Tamar e ficou em observação”, contou. “Dois dias depois, como estava bem de saúde, foi transferida para o tanque, sem necessidade de alimentação forçada ou passar pela UTI”, acrescentou.
A veterinária contou que o animal começou a expelir lixo, o que levou a equipe a iniciar um tratamento diário de suporte nutricional e antibioticoterapia. “Fizemos também alimentação baseada em folhas verdes como algas e couve, além de peixes, lula e camarão até se encontrar em perfeitas condições clínicas”, explicou.
Antes de ser solta, um novo exame clínico foi realizado na tartaruga. Esperto, com 10,6 kg, 57 centímetros, olhos brilhantes, bem hidratado e com ferida totalmente cicatrizada, o quelônio juvenil estava forte com ótimas condições ósseas e foi transportado no ar condicionado, dentro de uma caixa, envolto numa toalha molhada.
Quando chegou na praia de Ponta Negra, estava agitado, mas Adriana, o auxiliar de veterinária Rodrigo Nascimento e o biólogo Carlos Eduardo Amorim trataram de fazer um caminho na areia para facilitar à chegada de volta ao mar. Em poucos instantes, a tartaruga mergulhou, diante da comemoração de quem assistiu.