Mais de 16 milhões de pessoas vivem em favelas no Brasil, mostra Censo

IBGE revela perfil das favelas brasileiras com base no Censo 2022.

A comunidade da Rocinha se destaca como a mais populosa

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na última sexta-feira (8), um estudo abrangente sobre as favelas e comunidades urbanas do Brasil, com dados extraídos do Censo 2022. A pesquisa revela que as maiores favelas do país estão localizadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. No entanto, quando analisado em termos proporcionais, o Norte do Brasil se destaca com a maior concentração de pessoas vivendo nesses locais, com especial destaque para o estado do Amazonas.

A Rocinha, comunidade situada na zona sul do Rio de Janeiro, é a favela mais populosa do país, com uma população que segue em crescimento contínuo. Embora oficialmente reconhecida como bairro, a Rocinha permanece com características de uma comunidade predominantemente de favela.

Em 2022, mais de 16,3 milhões de brasileiros (8,1% da população) residiam em favelas, um aumento significativo em relação a 2010, quando 6% da população vivia nessas condições. O Censo 2022 mapeou 12.348 favelas e comunidades urbanas em todo o país.

Rocinha

A comunidade da Rocinha se destaca como a mais populosa, com mais de 72 mil habitantes. Seguem-se, em termos de tamanho populacional, as comunidades de Sol Nascente (Distrito Federal), Paraisópolis (São Paulo) e Cidade de Deus Alfredo Nascimento (Amazonas).

Entre as 20 favelas e comunidades urbanas mais populosas, 8 estão localizadas na Região Norte, sendo 7 delas apenas na cidade de Manaus. As demais estão distribuídas principalmente nas regiões Sudeste (7 comunidades) e Nordeste (4 comunidades).

A pesquisa também aponta que a distribuição por gênero nas favelas segue a mesma proporção observada em todo o país. Contudo, quanto à etnia, houve um aumento no número de pessoas que se autodeclararam pretas ou pardas, refletindo a crescente valorização da identidade racial. Em relação às populações indígenas, 8% delas viviam em favelas e comunidades urbanas em 2022.

Outro dado relevante da pesquisa é a presença significativa de templos religiosos nas favelas, superando o número de estabelecimentos de ensino e unidades de saúde. Para cada unidade de saúde, havia uma média de mais de 18 templos religiosos, e para cada escola, cerca de seis igrejas.

Esse panorama, delineado pelo IBGE, revela tanto os desafios quanto as dinâmicas sociais e urbanas das favelas, que continuam a ser um componente importante no cenário demográfico e social do país.