Parceria com a UERJ garante curso de pré-natal para os profissionais de saúde de Itaboraí
Desde que descobriu a gravidez, Maria da Silva, de 31 anos, já fez seis pré-natais. Todos realizados por médicos e enfermeiros da Unidade de Saúde da Família da Reta Nova, em Itaboraí. A última consulta aconteceu horas antes do parto, realizado na manhã desta terça-feira (20), no Hospital Municipal Desembargador Leal Junior (HMDLJ).
Mas Maria não é a única: dados da secretaria municipal de Saúde (SMES) mostram que o número de gestantes sem nenhum exame caiu 65,5% entre 2013 e 2014. Para acelerar ainda mais esse processo, a prefeitura inicia nesta quinta-feira (22), uma capacitação em pré-natal de risco habitual.
“Quanto mais capacitamos nossos profissionais, melhor poderemos atender com qualidade”, explica a tutora do curso, enfermeira Liliam Pacheco, que há 15 anos atua na área de obstetrícia no município.
O curso, realizado com apoio da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Secretaria de Estado de Saúde (SES), contemplará 20 médicos e enfermeiros que atuam na Estratégia de Saúde da Família–ESF. No total, serão três meses de aulas pela internet, além de quatro aulas práticas e quatro encontros presenciais com o tutor do curso.
Desde 2013, três turmas foram contempladas pela parceria com a Universidade, sem custos para a prefeitura. Atualmente, as 39 unidades de saúde do município oferecem as consultas, assim como o teste rápido de gravidez para as interessadas.
Segundo a coordenadora do programa Rede Cegonha de Itaboraí, enfermeira Cristiane Feitosa, o pré-natal tem o objetivo de prevenir, orientar e esclarecer qualquer alteração no diagnóstico da gestante e do bebê. Segundo ela, o ideal é que essas consultas se iniciem até os primeiros 120 dias de gestação.
“Com o pré-natal precoce podemos identificar, por meio de exames, qualquer problema que possa afetar a saúde do bebê e da mulher, como a sífilis, HIV e infecções. Ao investirmos nos nossos profissionais, ampliamos também a qualidade e amplitude do atendimento”, disse.
Pesquisa
Dados do departamento de Vigilância Epidemiológica de Itaboraí mostram que das 3.603 gestantes que tiveram bebês nascidos vivos, em 2014, no Hospital Municipal Desembargador Leal Junior (HMDLJ), apenas 20 não realizaram nenhuma consulta de pré-natal. Em comparação com 2013 houve uma redução de 65,5%, quando o quantitativo de mães sem nenhuma consulta era de 58. Esse é o menor índice desde que o levantamento passou a ser feito em 2010.
“Precisamos cuidar da gente para que o bebê também venha com saúde”, disse a moradora da Reta Nova. Maria Silva, de 31 anos.
Já o número de gestantes com mais de sete pré-natais saltou de 2.105, em 2013, para 2.347 no ano passado.
“Desde o segundo mês de gravidez eu já realizava as consultas. E para isso, recebi todo o apoio dos agentes de saúde”, conta Valéria Amaral, de 27 anos, que realizou 14 pré-natais até o parto.
Queda nos óbitos maternos
Outro indicador em declínio é o de óbitos maternos. Em 2014, foi registrada somente uma morte, segundo o Sistema de Informação Sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM). Enquanto em 2013, foram quatro casos. Ou seja, uma redução de 75% de um ano para outro. A taxa de mortalidade Infantil também apresentou uma leve redução, era de 13,4 a cada 1.000 nascidos vivos em 2013 e, em 2014, caiu para 10,3.