Africanos mantêm hegemonia na São Silvestre
Três brasileiros conquistaram posições no pódio da 91ª Corrida Internacional de São Silvestre, que ocorreu hoje (31) na capital paulista. No pelotão de elite feminino, Sueli Pereira da Silva e Joziane da Silva Cardoso ficaram em quarto e quinto lugar, respectivamente. No masculino, o mineiro Giovani dos Santos conquistou pela quarta vez um lugar no pódio, ficando em quinto lugar nesta edição. As primeiras colocações, no entanto, confirmaram a hegemonia dos atletas africanos na prova.
Entre as mulheres, a campeã foi a etíope Wude Aylew Yimer com o tempo de 54m01s, seguida por Delvine Relin Meringor, do Quenia. Em terceiro lugar, ficou Failuna Abdi Matanga, da Tanzania. As quatro primeiras posições no masculino foram divididos entre atletas quenianos e etíopes. O queniano Stanley Kipleting Biwott foi o campeão com 44m31s. Em seguida chegaram Leul Aleme e Feyisa Gemechu, ambos da Etiópia e, em quarto, Edwin Kipsang, do Quênia.
Antes da prova principal, às 8h, participaram atletas cadeirantes, mas ainda não divulgado o resultado oficial da categoria no masculino. No feminino, a única participante foi Aline dos Santos Rocha.
Os atletas que conquistaram uma posição no pódio disseram que agora vão trabalhar por uma classificação para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, ou para melhorar o desempenho.
Entre os brasileiros, a quarta colocada Sueli Silva vai disputar a maratona nos jogos do próximo ano. “Vou correr lá fora para melhorar a minha marca”, disse ao informar que vai competir na Maratona de Pádua, na Itália.
Joziane Cardoso, quinta colocada na São Silvestre, ainda briga pelo índice para os Jogos Olímpicos. “Estou fechando o ano incrivelmente com um pódio. Agora vou tentar o 5 mil metros ou 10 mil para as Olimpíadas”, disse. Tentar a marca para os jogos também está nos planos de Giovani dos Santos, quinto colocado na prova. “O foco do ano que vem é fazer o índice, seja da maratona seja dos 10 mil metros”, declarou.
O queniano Stanley Biwott, campeão da prova masculina, pensa em voltar ao Brasil para disputar os jogos, mas reconhece que alcançar a marca no seu país não será fácil: “a seletiva da maratona no Quênia é muito difícil. Vou tentar, mas não sei se vou conseguir. É uma briga grande”. O terceiro colocado na prova, o etíope Feyisa Gemechu, disse que também espera voltar como maratonista. “A seletiva é em fevereiro. É muito difícil, mas vou tentar melhorar o meu tempo”, disse.
Disputa
Os brasileiros destacaram o alto nível da prova, tendo em vista que precisam disputar com atletas africanos. “Foi uma prova difícil, como sempre, mas não largo o osso fácil. Estou feliz pelo que fiz. Trabalhei bastante. Estamos competindo com vários atletas de nível forte e gosto de competir assim, porque cresço na prova também. A gente vencendo, vence em cima dos melhores”, avaliou Giovani.
Emocionadas, Joziane e Sueli comemoraram bastante a conquista do pódio. A quarta colocada destacou a dificuldade de correr ao lado das quenianas. “É muito difícil correr com elas”, apontou Sueli. Para Joziane, a vitória representa um sonho. “Até parece que estou sonhando. Fiz a chegada e não tinha mais forças. Parecia que estava flutuando, não sentia minhas pernas para falar a verdade”, relatou.