Alemanha vai sustentar o exercício do ‘se’ no futebol
O que é o destino? Vários significados podem ser encontrados no dicionário. Mas certo mesmo é que a linha tênue que separa a trajetória percorrida e a preterida por ele é capaz de dissolver quaisquer argumentos que desprezem o famoso “se”. Se a Alemanha conquistar a Copa do Mundo da Rússia daqui a algumas semanas ou se apenas eliminar o Brasil num duelo de oitavas, esse “se” vai ser projetado por mentes de todo o planeta. Em ambos os casos, será uma projeção que buscará nas memórias o dia 23 de junho de 2018 para ser iniciada.
No quinto minuto de acréscimo do jogo contra a Suécia, em Sochi, Toni Kroos pode ter mudado o destino alemão e de outras nações neste Mundial. Um gol de falta ensaiada que evitou a virtual desclassificação da seleção de seu país uma rodada antes do término da fase de grupos. Com o 2 a 1 de virada, eles reviveram, evitaram a queda matemática da Coreia do Sul, jogaram um enorme balde de água fria nos suecos e ainda tiraram a classificação antecipada das mãos do México. Ou seja… Bagunçaram tudo! E talvez ainda tenham modificado toda a história de Rússia-2018. Os próximos capítulos revelarão se esse “se” foi um fogo de palha enganador ou aconteceu para causar estragos sob os diferentes pontos de vistas, positivos ou negativos. Afinal… Se a bola do Kroos não entra, o cenário atual estaria de cabeça para baixo.
Antes de fechar o resumo do último jogo deste sábado, é preciso destacar a valentia mútua: da Alemanha, que não desistiu em momento algum de suas convicções futebolísticas, e da Suécia, que mostrou o quanto ser aplicado taticamente tem o poder de reduzir a distância técnica entre uma e outra equipe no esporte com mais espaços para o improvável que existe. Lembra do “se”? O pênalti ignorado pela arbitragem em favor do time azul e amarelo, com o placar em 0 a 0, certamente é mais um fator para alimentar essa conjunção subordinativa.
A noite russa/tarde brasileira, entretanto, não foi o único momento de emoção desta data. Mais cedo, os mexicanos fizeram um feijão com arroz poderoso, suficiente para confirmar o favoritismo sobre a Coreia do Sul, que parece não ter forças nem para ser zebra: 2 a 1. Antes ainda, pelo Grupo G, o mundo viu uma Tunísia guerreira sucumbir diante da geração belga que cada vez mais se aproxima de rasgar o rótulo de “amarelona”. Com a ressalva de que o grupo é fraco. Foi um 5 a 2 merecido pelo lado europeu e exagerado pela parte africana.
Neste domingo, a Inglaterra terá que correr atrás, fazer o mesmo com o ainda mais frágil Panamá, para chegar à rodada decisiva em condições de empatar no clássico com os belgas e ficar com a liderança da chave. Este duelo acontece às 9h (de Brasília), lembrando que vai ser o último dia com jogos neste horário. A partir de segunda, com as partidas da terceira jornada sendo simultâneas dentro dos grupos, o horário das 15h é mantido e o de 12h passa a ser uma hora antes (11h).
Às 12h deste fechamento de fim de semana, Japão e Senegal medirão forças. São os dois ganhadores da estreia desta chave e devem fazer um confronto de velocidade, contra-ataques e gols. Sem favoritismo, mas com boa chance de ambos avançarem de fase quando este grupo for encerrado. Para isso, um empate não vai ser lamentável para nenhum deles. Quem precisa correr para se manter na disputa são os ligeiramente favoritos, Polônia e Colômbia. Eles, que trocarão farpas às 15h, chegaram com pompa de superiores dentro do pouco empolgante Grupo H. Só na teoria. A prática já está dizendo que um poderá arrumar as malas agora. Ninguém tem mais o direito de perder. É apenas fase de qualificação, porém o mata-mata já começou!