Grupo Mulheres do Brasil realizou caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas

O sol quente no Rio de Janeiro não afastou as mulheres que participaram da 7ª. edição da Caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, organizada pelo Grupo Mulheres do Brasil, dentro dos 21 dias de ativismo da ONU em defesa da causa neste domingo, dia 1 de dezembro, na Praia de Copacabana, e também em 85 cidades no Brasil e no exterior, entre elas Tokai (no Japão), Dublin (Irlanda), Braga (Portugal) e Nova Iorque (EUA).

Segundo Marilha Boldt, líder do Comitê de Combate à Violência contra Mulheres e Meninas do Grupo Mulheres do Brasil no Rio de Janeiro, “não é normal que o Brasil continue sendo o quinto país que mais mata mulheres no mundo. É necessário um trabalho conjunto entre setor público e privado. O setor privado precisa valorizar políticas que estejam alinhadas às necessidades parentais, além de prover ambientes pró-família. Já o setor público precisa investir na infraestrutura da rede de apoio pública, como escolas e creches em horário integral. Precisamos de pais realizando paternidade ativa e compartilhada de fato, sem abusos”.

Para a desembargadora Andrea Pachá, participar da caminhada é afirmar o direito à vida digna pela igualdade com alegria, criatividade e afeto. “Passados quase 20 anos da Lei Maria da Penha, quando estatísticas e importantes redes de apoio começaram a ser montadas, vemos que este é momento de uma comunicação mais potente para chegarmos a uma solução definitiva”, acrescentou.

A paratleta Naiara Ramalho, número um do Rio de Janeiro e quarta no Brasil na categoria tiro esportivo, foi vítima de violência psicológica em seu casamento por isso fez questão de engajar na manifestação. “O pior é que a gente sofre violência psicológica e nem percebe. Por isso a importância de falarmos sobre isso”, explicou a atleta com o peito lotado de medalhas, apesar de nenhum patrocínio.

A procuradora do Ministério Público do Rio de Janeiro Carla Araujo disse que o assunto é da mulher mas também do homem, da família e de toda sociedade. Para a lider da guarda municipal Gloria Barreto, comandante da Ronda Maria da Penha, “a sociedade é corresponsável conosco da guarda e todos pelo fim da violência”.

A delegada Gabriela Von, coordenadora das DEAMs (Delegacia de Atendimento às Mulheres), também vê a solução com um trabalho em rede. “Juntos quebraremos o ciclo da violência”, defendeu. A vereadora Joyce Trindade, recém-eleita, antecipou que enfrentará o problema na Câmara, ajudando a construir uma cidade segura. Erica Paes, superintendente de Empoderamento e Equidade de Gênero do Estado e fundadora do Programa Empoderadas, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Governo do Rio, esteve presente, juntamente com diversos delegados, primeira secretária da mulher de Niteroi, Thamyris Elpídio, primeira dama da prefeitura de Niteroi e integrantes do Grupo Mulheres do Brasil de Niterói.

“Estaremos sempre juntas com as Mulheres do Brasil para ajudar a acabar a violência contra mulheres e meninas”, assegurou Vanessa Gordilho, VP de Marketing e Produção da VIBRA, que patrocinou o evento juntamente com Firjan-Sesi, Cantão, L´Aqua, ABINAM (Associação Brasileira de Águas Minerais) e apoio das Secretaria Estadual da Mulher, da Secretaria de Políticas e Promoção da Mulher do Município do Rio de Janeiro e CODIM Rio (Conselho dos Direitos das Mulheres).