Itaboraí contribui para elaboração de política estadual de proteção a autistas

A Clínica-Escola do Autista de Itaboraí recebeu, nesta quinta-feira (12), o superintendente estadual de Políticas para Pessoas com Deficiências, Marco Castilho. O objetivo foi conhecer de perto a primeira instituição municipal do País destinada exclusivamente ao tratamento e educação de pessoas com autismo, visando obter informações que possam contribuir com a elaboração de uma lei estadual de proteção a autistas.

Vannina Silveira, Susilaine Duarte, Marco Castilho, Andrea Bussade, Nives Pôrto e Dilcelene Cordeiro
Vannina Silveira, Susilaine Duarte, Marco Castilho, Andrea Bussade, Nives Pôrto e Dilcelene Cordeiro

De acordo com Castilho, há cerca de cinco Projetos de Lei (PLs) em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que preveem algum tipo de assistência a autistas. O texto mais recente, da deputada Martha Rocha (PDT), requer um parecer do superintendente para que sua tramitação prossiga. Ao identificar a necessidade de aperfeiçoar o texto, ele decidiu visitar instituições que são referência no estado.

“Quando o assunto é assistência a autistas, hoje não se fala em outra coisa, senão na Clínica-Escola do Autista de Itaboraí”, afirma Castilho.

“Por isso, tínhamos necessidade de conhecer esse trabalho”.

Castilho também solicitou a Martha Rocha que retirasse o texto de tramitação, para que possa se pensar numa lei que integre também as outras propostas já existentes, e as demais que podem aparecer a partir das visitas, como a feita a Itaboraí.

Acompanhado da representante do Conselho de Direitos Humanos da OAB-RJ Andrea Bussade, e de Nives Porto, membro do Conselho Estadual de Pessoas com Deficiência – ambas mães de autistas – Castilho foi recebido pela secretária de Educação e Cultura de Itaboraí, Susilaine Duarte, a subsecretária Dilcelene Cordeiro e a diretora da Clínica-Escola, Vannina Silveira.

O grupo conheceu as dependências da Clínica-Escola e a metodologia adotada na instituição, que oferece tratamento multidisciplinar com neuropediatra, nutricionistas, fonoaudiólogas, terapeutas ocupacionais, psicopedagogas e fisioterapeutas. Há, ainda, orientação pedagógica para autistas ainda não inseridos na rede de ensino regular, visando prepará-los para frequentar as escolas.

“É impressionante como o Rio, capital do estado, ainda não tenha um atendimento a autistas como o que é oferecido em Itaboraí”, obsevou Andrea Bussade.

Nives Porto acredita que o trabalho da Clínica-Escola do Autista pode colaborar para a elaboração de uma política estadual para o tratamento do autismo.

“Uma prática como esta precisa ser replicada”, afirmou Nives.

A Clínica-Escola do Autista foi inaugurada em abril de 2014, e é resultado do trabalho conjunto da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Itaboraí e Berenice Piana, coautora da Lei Federal que cria a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e idealizadora do projeto original da instituição. Projetada inicialmente para atender a 100 pessoas, hoje o local atende a cerca de 120 autistas, e também presta assistência às famílias.

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