Metalúrgicos cobram pagamento de indenização em frente a estaleiro de Niterói
Um grupo de 400 metalúrgicos realizou hoje (16) uma manifestação em frente ao Estaleiro Eisa Petro Um, em Niterói, para cobrar o pagamento das indenizações de 3,5 mil trabalhadores demitidos há cerca de 90 dias. Eles cobraram um posicionamento da empresa sobre o pagamento dos direitos trabalhistas das rescisões contratuais dos demitidos.
Eles pediram também posicionamento da Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras, por considerarem a empresa co-responsável da situação atual. Os trabalhadores reclamaram ainda que tiveram direitos como plano de saúde e vale-alimentação cortados.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, Edson Rocha, a preocupação é grande para encontrar uma solução para o impasse nas negociações. Segundo ele, a empresa não se pronuncia e os trabalhadores seguem sem ter os direitos trabalhistas respeitados.
“Queremos cobrar nossas indenizações. Queremos nossos direitos respeitados. Se demitiu, tem de pagar a rescisão do contrato de trabalho e, se não demitiu, tem de pagar o salário.” Edson Rocha também pediu a reabertura do estaleiro para voltar a gerar emprego.
Em ação encaminhada à 3ª Vara do Trabalho de Niterói, a Procuradoria do Trabalho e o Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói pedem que o Estaleiro Eisa Petro Um e a Transpetro façam o pagamento de salários e indenizações por conta das dispensas dos metalúrgicos. A Justiça já determinou o pagamento de R$ 29 milhões para garantias trabalhistas. No entanto, segundo Rocha, apenas R$ 3 milhões foram depositados em julho.
Para o presidente do sindicato, as indenizações dos trabalhadores envolvidos custarão ao estaleiro entre R$ 75 e R$ 80 milhões. “Esse valor completa toda a indenização dos metalúrgicos. Edson Rocha quer o envolvimento do governo para auxiliar os trabalhadores a receberem os direitos trabalhistas devidos.
Em nota, a Transpetro respondeu que “não deve nada ao Eisa Petro-Um e está em busca da melhor solução para resguardar seus direitos e receber os navios em construção”. Procurado pela Agência Brasil, o Eisa Petro Um não respondeu até o fechamento da matéria.