Polícia Civil investe em tecnologia para elucidar crimes
A utilização de ferramentas tecnológicas vem sendo implementada pela Polícia Civil na elucidação de crimes e na descoberta de paradeiro de pessoas desaparecidas. A reconstrução facial forense em 3D e as técnicas de envelhecimento de rostos de menores desaparecidos são inovações na área.
Ainda em fase de testes, a reconstrução facial forense em 3D vem sendo usada pela Polícia Civil para colaborar com a identificação de ossadas de vítimas de homicídios. O método simula a imagem de rostos a partir da análise pericial dos crânios.
– A finalidade é oferecer recursos para que familiares ou amigos reconheçam seus entes. A ideia é aliar a novidade a técnicas de identificação, como análise do DNA, registro de arcada dentária e impressões digitais, e outras informações, como idade, cor de pele, sexo e altura. Essas combinações podem ajudar as famílias nesse reconhecimento – disse o chefe do Laboratório de Antropologia Forense, Marcos Paulo Salles Machado.
A previsão é de que o procedimento seja usado em larga escala, para criar um banco de dados com acesso ao público. Dessa maneira, as pessoas poderão fornecer fotos de seus entes desaparecidos e as imagens serão confrontadas com as criadas pelo software. Além dos recentes e grandes avanços na precisão da técnica, o valor mais acessível do processo também é uma vantagem. A novidade dispensa a digitalização por tomografia computadorizada, feita em um tomógrafo, que pode custar cerca de R$ 600 mil.
O método utiliza a fotografia que colhe diversas imagens do crânio através de uma câmera digital convencional. Posteriormente, elas são processadas através de dois programas de computador, formando a imagem em 3D. O procedimento pode durar de quatro horas até dias.
Fisionomia atual
Inédito no Rio, o programa de edição de imagens utilizado pela Polícia Civil envelhece os rostos de menores desaparecidos. Manipulado por um artista forense do Núcleo de Envelhecimento da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), o resultado é um retrato atualizado que ajuda na identificação.
– O objetivo é simular a fisionomia da melhor forma possível. O processo de envelhecimento dos rostos vai ajudar na investigação, gerando novas possibilidades de descoberta do paradeiro da criança – explicou Ellen Souto, delegada-titular da DDPA, inaugurada em 2014.