Professores do Rio decidem quarta-feira se mantêm greve iniciada em março
Os professores do estado do Rio de Janeiro decidem nesta quarta-feira (22) se mantêm a greve, iniciada no dia 3 de março. A categoria está com o ponto cortado desde a semana passada, quando a justiça suspendeu liminar que impedia o corte, por entender que o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação não cumpriu a ordem de manter 70% do total de servidores em cada escola.
O Departamento Jurídico do sindicato “recorreu imediatamente” quando a liminar foi cassada, e o Tribunal de Justiça ainda não se manifestou sobre o recurso.
“O governo pode agir de forma autoritária e truculenta, desrespeitando o processo legal, e descontar os dias parados. Se houver desconto salarial, ou se perdermos o recurso, recorreremos ao STF [Supremo Tribunal Federal]. Mas a questão é política: a greve continua forte e é isso que o governo quer destruir! Lembremos que, se houver corte, será a partir de agora, pois não pode haver desconto retroativo e, principalmente, não haverá reposição dos dias descontados”, diz a nota do sindicato.
A coordenadora geral do dindicato, Doroteia Santana, afirma que a negociação com a Secretaria de Estado de Educação está parada. “Temos procurado a secretaria para as negociações, mas, até omomento, não temos nada de resposta. Eles não falam concretamente, pelo que a gente está observando, eles estão mesmo esperando a [decisão da] questão na Justiça. Eles estão dizendo que vão cortar o ponto, mas a greve permanece forte, as pessoas estão muito indignadas com o atraso do salário.”
Segundo Doroteia, houve alguns avanços na pauta pedagógica de reivindicação, como a eleição para a direção da escola, o abono das faltas da greve e a licença especial. Porém, não houve acordo nos pontos econômicos da pauta.
“O governo não deu ainda retorno, por exemplo, para uma proposta de reposição de perda salarial, a volta do calendário de pagamento para o segundo dia útil – estamos recebendo dia 12, dia 13, e as contas vencem no dia 5. [Quanto] ao terço do tempo para preparação pedagógica, eles apresentaram uma proposta que é muito ruim, um calendário pelo qual o grosso da categoria só vai poder usufruir em 2019, que são os profissionais 16 horas. Isso é muio sério. Um terço é lei, o governo já deveria estar cumprindo desde 2008 e não está cumprindo.”
A Secretaria de Estado de Educação foi procurada pela reportagem, mas não retornou até o fechamento desta matéria.