Túnel Charitas-Cafubá é aberto ao tráfego de veículos
O túnel Charitas-Cafubá foi aberto ao tráfego de veículos neste sábado (06/05), às 13 horas, após solenidade realizada pelo prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, que percorreu as duas galerias. Dirigindo o primeiro carro que passou pela pista sentido Charitas, o prefeito fez o percurso de volta para o Cafubá de bicicleta.
A nova ligação entre a Zona Sul e a Região Oceânica era esperada há mais de 70 anos pelos niteroienses. São duas galerias (uma em cada sentido), cada uma com aproximadamente 1,3 quilômetros de extensão e três pistas (duas para carros, uma para ônibus do sistema BHS), além de uma ciclovia. Diferentemente do que estava previsto em projetos de gestões anteriores, sem cobrança de pedágio.
A obra, que se destaca por sua importância para a mobilidade urbana de Niterói, possibilitando maior fluidez no trânsito e melhor qualidade de vida para os moradores, é referência em sustentabilidade e segurança para os usuários.
“Hoje é um dia muito importante para a história de Niterói. Tenho muito orgulho da minha trajetória na cidade e de estar realizando esta que é a maior obra dos últimos anos na cidade. O fato de estarmos realizando projetos tão importantes para o desenvolvimento de Niterói transmite confiança em relação ao futuro da cidade que queremos. O túnel é muito mais que uma obra viária, é um conceito de sustentabilidade, que terá moderno sistema de transporte público, além das ciclovias, encurtando distâncias e trazendo mais qualidade de vida para as pessoas”, diz Rodrigo Neves.
O túnel conta com um moderno Centro de Controle Operacional (CCO), que utilizará um sistema inteligente de monitoramento com equipamentos que vão informar, em tempo real, tudo que acontece nas galerias, permitindo o rápido acionamento de órgãos de socorro e segurança em caso de necessidade. São 40 câmeras, seis painéis de mensagens, 80 interfones de emergência e 200 sinalizadores de evacuação de área.
Para a iluminação serão usadas 1.100 lâmpadas de LED. O túnel tem, ainda, sistema de exaustão com 16 ventiladores e moderno sistema de sonorização para emergências com 252 megafones, sendo 120 em cada galeria e mais quatro em cada porta de saída de emergência, com seis conjuntos de amplificadores.
“Não foi fácil tirar essa obra do papel em menos de dois anos. Mas fizemos tudo dentro de um planejamento, com um trabalho integrado. O que estamos fazendo é promover a infraestrutura com responsabilidade para termos um desenvolvimento equilibrado. Esta obra vai integrar geograficamente a cidade e, principalmente, trazer para os moradores da Região Oceânica, um sentimento de pertencimento a cidade, dentro de uma visão holística e integrada. Espero que os niteroienses possam usufruir da melhor maneira possível”, diz o prefeito.
Morador da Região Oceânica desde 1978, Antônio de Azevedo Alves, o seu Antônio do bacalhau, fez questão e participar da solenidade de abertura do túnel. Ele conta que acompanhou de perto os investimentos no bairro desde o início das obras.
“Não acreditava que veria o túnel sair do papel. Quando me mudei para o Cafubá, nem nome o bairro tinha. Sempre lutamos por investimentos aqui, fui até presidente de Associação de Moradores. As obras de drenagem e pavimentação também foram muito importantes para a nossa qualidade de vida, porque agora o bairro não alaga mais quando chove. É uma alegria muito grande para nós, moradores, e para os empresários também. Os clientes que optavam por outros restaurantes, por causa da distância, agora terão um estímulo a mais para vir para a Região Oceânica”, conta o empresário.
Alexandre Nader, 37 anos, que também mora na Região Oceânica, foi um dos primeiros a cruzar o túnel de moto.
Acompanhado do filho Pedro, de 7 anos. “Trabalho no Rio e essa obra foi uma das melhores coisas que aconteceram. A partir de agora, vou poder seguir de bicicleta até Charitas e pegar o catamarã, chegando muito mais rápido ao trabalho. Estou muito feliz de poder compartilhar esse momento com o meu filho, já que eu espero essa obra desde que eu também era criança”, diz entusiasmado.
As galerias homenageiam duas personalidades de Niterói. O jornalista e escritor Luís Antônio Pimentel da nome à passagem Cafubá-Charitas, e o ex-prefeito João Sampaio batiza o trajeto Charitas-Cafubá.
Obra esperada há mais de 70 anos
O primeiro esboço do túnel de que se tem registro é um rascunho de 1943, divulgado pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Há 70 anos surgiram as primeiras versões de projeto para a realização da obra. No entanto, nenhuma delas foi à frente.
A primeira detonação do túnel Charitas-Cafubá foi feita em julho de 2015 e a perfuração consumiu 600 mil quilos de explosivos. O material removido durante as detonações foi aproveitado na obra da TransOceânica. Durante a obra não foi registrada nenhuma ocorrência grave ou acidente com vítimas.
A obra do túnel foi concluída em um ano e seis meses. O túnel Icaraí-São Francisco, por exemplo, demorou cinco anos para ser entregue, sendo cinco vezes menor que o novo túnel. No Rio, o túnel Santa Bárbara, com a mesma medida do Charitas-Cafubá, demorou mais de 10 anos para ficar pronto.
Sustentabilidade
Ações relacionadas à sustentabilidade se destacam no projeto do túnel Charitas-Cafubá. Desde a obra, as questões ambientais tiveram atenção especial. Três mil toneladas de rochas foram retiradas na perfuração do túnel e foram reutilizadas.
Para a iluminação do túnel, foram escolhidas lâmpadas de LED, que alcançam melhor performance com menor gasto de energia. Também haverá sistema de monitoramento da qualidade do ar no interior das galerias através de sensores de monóxido de carbono (CO), opacidade e de óxidos de nitrogênio (NOx).
TransOceânica
O túnel Charitas-Cafubá e seus acessos fazem parte da TransOceânica, corredor viário que será entregue no primeiro trimestre de 2018, mudando definitivamente o paradigma da mobilidade urbana de cidade. Com o túnel, o trajeto de Itaipu até Charitas, que era feito em uma hora, passará a ser percorrido em 20 minutos.
A TransOceânica começa em Charitas, na Avenida Prefeito Silvio Picanço, em frente à maternidade Municipal Alzira Reis, e termina no Engenho do Mato, na Estrada Francisco da Cruz Nunes, em frente ao quartel do Corpo de Bombeiros.
O corredor viário tem extensão de 9,3 quilômetros e 13 estações de ônibus BHS (Bus of High Level of Service), que irão beneficiar 80 mil usuários diariamente.
O investimento total da obra é de R$ 310 milhões, com recursos do governo federal e da Prefeitura de Niterói.
Ciclovias
Com um dos projetos mais modernos do Estado, o túnel conta com ciclovias nas duas galerias, proporcionando ainda mais espaço na cidade para a bicicleta como meio de transporte. No último ano, o número de ciclistas em Niterói aumentou 67%. Com a construção da TransOceânica, serão mais 16 quilômetros de malha cicloviária, incluindo pistas exclusivas, inclusive dentro do túnel, e compartilhadas para os ciclistas.
O túnel em números
- 2 galerias
- 1,3 quilômetros aproximadamente cada galeria
- 600 mil quilos de explosivos foram consumidos
- 3 mil toneladas de rochas na perfuração do túnel
- 1 ano e seis meses para a conclusão da obra
- 1.100 lâmpadas de LED
- 16 ventiladores fazem parte do sistema de exaustão
- 40 câmeras
- 6 painéis de mensagens
- 80 interfones de emergência
- 200 sinalizadores de evacuação de área
- 60 km/h velocidade permitida
- 1ª detonação em julho de 2015
- 252 megafones, sendo 120 em cada galeria e mais quatro em cada porta de saída de emergência, com seis conjuntos de amplificadores