Viradouro abre desfile com muita chuva e homenagem a negros
Uma chuva intensa, que durou pelo menos três horas, alagou a Marquês de Sapucaí durante os primeiros desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro.
A escola que enfrentou a parte mais intensa do temporal, primeira a entrar na avenida, foi a Unidos do Viradouro, que exaltou as contribuições dos negros à história brasileira, destacando personalidades ilustres como o escritor Machado de Assis.
O ritmista Rafael Medeiros, que desfilou pelo quinto ano seguido na bateria da Viradouro, nunca tinha visto uma chuva igual na Sapucaí: “Mas acho que não é nada que desmotive a galera, não”, disse ele antes de entrar na avenida, o que se confirmou na passagem da escola.
Logo no início, houve grande alvoroço com a presença dos tenistas Gustavo Kuerten e Rafael Nadal, e o desfile foi aberto com um grande baobá, árvore-símbolo da África, em uma comissão de frente que contou também com a atriz Juliana Paes.
A Viradouro voltou neste ano ao grupo especial e, para o presidente da escola, Gusttavo Galvão, a chuva veio para lavar a alma: “Hoje, a gente está vendo aí a Viradouro dos grandes carnavais”, comentou.
O samba-enredo da escola foi inspirado em duas músicas do compositor Luiz Carlos da Vila, um dos grandes homenageados do desfile, que pediu igualdade de oportunidades para negros e brancos em uma carta lida pelo ator Lázaro Ramos: “Esse é o sonho de um Brasil mais justo”, dizia um trecho do manifesto, que lembrava homens e mulheres negros de diversas gerações, como Clara Nunes, Nelson Mandela e Joaquim Barbosa.