A poucos dias do carnaval, escolas de samba do Rio negociam patrocínio federal
Apesar do aumento do valor repassado pela prefeitura, as escolas sentiram falta do patrocínio do governo federal, como R$ 1 milhão concedido pela Petrobras. O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, informou que a liga e a empresa estão em negociação para ver a possibilidade da liberação do dinheiro, que seria em torno de R$ 200 mil por escola. “Eles estão fazendo só 20% do que foi feito nos outros anos para tentar mostrar a presença e a grandeza do carnaval, inclusive do ponto de vista da repercussão internacional”, disse.
O presidente da Mangueira, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, disse que este foi o primeiro ano que as escolas ficam, pelo menos até agora, sem patrocínio do governo federal, que nos últimos anos veio da Petrobras. “Acho que a Petrobras vai ajudar com alguma coisa, mas muito abaixo do que a gente estava esperando. Está bem encaminhado”, disse otimista. Em carnavais anteriores, a Eletrobras era a patrocinadora.
A Petrobras confirmou a negociação com a Liesa e informou que, apesar de já uma definição, o valor do patrocínio só deverá ser divulgado na próxima semana.
Prefeitura
Da prefeitura, as escolas recebem até o carnaval o correspondente a 90% dos recursos, o restante após prestarem contas dos gastos com materiais, como os usados em alegorias. É proibido usar o dinheiro para pagar o carnavalesco responsável pelo enredo.
Na Unidos da Tijuca, o presidente Fernando Horta, disse que contava com patrocínios do setor privado em 2016 para falar da terra com o enredo Semeando sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado. Não foi o que ocorreu e ele teve que usar os recursos próprios da escola, de alguns empresários, amigos, e do crédito que consegue no comércio para a compra de materiais. Horta reconheceu que o repasse da prefeitura ajuda as escolas, mas defendeu que poderia ser liberado mais cedo, até a metade do ano. “Tinha que ser um pouco mais cedo. As pessoas com dinheiro na mão conseguem administrar melhor e conseguem melhores preços [de materiais]. Quando o dinheiro da prefeitura chega, a maioria está endividada e quando vai comprar fiado não tem condição de barganha. Isso é em qualquer tipo de mercado”, explicou.
O secretário municipal de Turismo e presidente da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), Antônio Pedro Figueira de Mello, explicou que não há como antecipar a liberação de recursos, porque antes é preciso acertar as contas das escolas. “Não tem como. Eles tem que prestar contas do ano anterior. A gente tem que auditar tudo e depois que tudo fica pronto é que a gente faz o pedido de novo reforço”, disse.
O Rio de Janeiro deverá receber 170 mil turistas em transatlânticos e a rede hoteleira está com quase 90% de ocupação no período do carnaval. “As pessoas estão vindo para cá. Os turistas estão chegando na cidade e isso é muito bom, gera emprego e gera renda para nossa gente”, acrescentou o secretário.