Hospitais do Rio recebem primeiro lote de insumos doados pelo governo federal

Distribuição de medicamentos e material hospitalar doados pelo governo federal à rede estadual de saúde, a partir do Hospital Federal da Lagoa (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Distribuição de medicamentos e material hospitalar doados pelo governo federal à rede estadual de saúde, a partir do Hospital Federal da Lagoa (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Após decretar estado de emergência na saúde na noite de quarta-feira (23), o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, recebeu nesta manhã, no Hospital da Lagoa, material médico doado pelo Ministério da Saúde.

Um caminhão com o primeiro lote de insumos foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, de onde o material também será distribuído para os hospitais Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e Alberto Torres, em São Gonçalo, na região metropolitana. No total, o ministério vai doar R$ 20 milhões em produtos destinados à saúde para o governo do estado.

Rio de Janeiro - O governador Luiz Fernando Pezão no Hospital Federal da Lagoa, durante distribuição de medicamentos e material doados pelo governo federal à rede estadual de saúde (Fernando Frazão/Agência Brasil)
O governador Luiz Fernando Pezão no Hospital Federal da Lagoa, durante distribuição de medicamentos e material doados pelo governo federal à rede estadual de saúde (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Segundo o futuro secretário de estado de Saúde, Luiz Antonio de Souza Teixeira, que está comandando o gabinete de crise instituído ontem e assume oficialmente a secretaria em janeiro, serão divulgados boletins diários a partir de amanhã (25) para informar a população sobre o andamento das ações emergenciais e sobre que unidades as pessoas podem procurar quando precisarem de atendimento.

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“Vamos passar, todos os dias, a real situação das unidades. Nossa primeira preocupação é a retomada das emergências hospitalares. Já temos as maternidades em pleno funcionamento e a grande maioria das UPAs [unidades de pronto-atendimento] com o seu atendimento. A partir do gabinete de crise, qualquer esforço que a gente tiver, a gente vai usar qualquer recurso. A gente não vai reservar nada para amanhã, para a Olimpíada, para qualquer evento: ttudo que a gente tiver vai estar na rua, à disposição da população”, afirmou Teixeira.

Reestruturação do setor

O futuro secretário disse que é preciso rever a rede de saúde do estado para readequá-la à atual situação financeira. “Precisamos de um novo modelo de saúde no Rio de Janeiro, que caiba na condição financeira do estado. O estado do Rio tinha uma condição financeira e formou uma rede espetacular, institutos especializados, unidades de pronto-atendimento, hospitais de porta aberta, e precisamos hoje que isso caiba na nossa realidade financeira. Vamos readequar o que o estado do Rio de Janeiro tem de recurso para o que vamos prestar de serviço, privilegiando o atendimento de emergência.”

Distribuição de medicamentos e material hospitalar doados pelo governo federal à rede estadual de saúde, a partir do Hospital Federal da Lagoa (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Distribuição de medicamentos e material hospitalar doados pelo governo federal à rede estadual de saúde, a partir do Hospital Federal da Lagoa (Fernando Frazão/Agência Brasil)

De acordo com o governador, em uma semana, os pagamentos atrasados estarão em dia, e o atendimento deve estar normalizado em toda a rede após o estado receber uma ajuda de R$ 300 milhões. “Ontem, começamos a pagar – é claro que os recursos não entram imediatamente na conta das pessoas – mas as organizações sociais [OS] já estão começando hoje a pagar os enfermeiros, os médicos.” Pezão disse esperar que, a partir de segunda-feira, todos os pagamentos estejam normalizados. “Não é o ideal, mas o mínimo que nos pediram para a rede funcionar. Conseguimos ir além do mínimo e colocar o dobro do que foi pedido, mas ainda está longe do ideal.”

Para o governador, será possível entrar em 2016 com tranquilidade e atendendo a população, embora haja necessidade de reorganizar a rede de saúde no estado.

Ele informou que pediu um encontro com o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, o ministro Marcelo Castro, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, os prefeitos da região metropolitana, considerando a competência de cada um. “O estado não vai fugir da sua responsabilidade, mas vai se dedicar especialmente à média e à alta complexidade, que são obrigações do estado. Quero definir muito isso em 2016, logo nos primeiros dias de janeiro”, afirmou Pezão.

Na entrega do material, o secretário Beltrame informou que serão passados para o estado cerca de 300 mil itens de material de consumo variado, como luvas cirúrgicas, esparadrapo, agulhas e próteses ortopédicas. Ele disse que o ministério também vai colaborar com a reestruturação da rede estadual. “[A entrega dos insumos] é uma forma de dar concretude a esse auxílio que, além de financeiro, é técnico e material. Estamos solidários com o povo e com o governo do estado e nos colocando à disposição inclusive para auxiliar tecnicamente na reorganização, na reestruturação da rede de saúde do estado.”

Rio de Janeiro - Distribuição de medicamentos e material hospitalar doados pelo governo federal à rede estadual de saúde, a partir do Hospital Federal da Lagoa (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Distribuição de medicamentos e material hospitalar doados pelo governo federal à rede estadual de saúde, a partir do Hospital Federal da Lagoa (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Os hospitais federais instalados no Rio de Janeiro, que dispõem de 1.500 leitos para ajudar no atendimento à população, receberam, até o momento, 25 pacientes que estavam internados na rede estadual.

Ao todo, a saúde do Rio de Janeiro vai receber, nas próximas semanas, R$ 100 milhões por meio de convênio firmado com a prefeitura da capital, R$ 135 milhões do Ministério da Saúde, divididos em três parcelas. e R$ 152 milhões de receita prevista do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O gabinete de crise volta a se reunir hoje (24), e a situação de emergência têm prazo de 180 dias.

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