Campanha incentiva a preservação do Rio Paraíba do Sul

Seca faz Rio Paraíba do Sul atingir menor nível em 92 anosO Ministério Público Federal lançou a campanha “No fluxo da vida, cada gota conta”, em uma escola municipal de Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro. Idealizador da ação, o procurador da República Eduardo Santos afirma que o objetivo é promover uma mudança no modo de ver e tratar os recursos hídricos. O evento contou com a participação de mais de 100 alunos, entre 6 e 12 anos, pais, professores e representantes da sociedade civil e do poder público.

Houve exposição de fotos sobre o Rio Paraíba do Sul em diversos períodos da sua história, mostrando a gravidade da situação atual. Os alunos também assistiram a uma aula sobre a importância da recuperação e da preservação dos rios. Durante o encontro, um grupo de crianças acompanhadas e monitoradas por agentes de trânsito do local distribuiu panfletos sobre a campanha aos motoristas. A assessoria do Ministério Público Federal informou que a escolha de Campos para iniciar a campanha se deve à importância que o Rio Paraíba do Sul tem para a vida dos moradores do município. Ainda segundo o órgão, a ideia é levar a campanha para outras cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo.

O procurador da República ressalta que a principal meta do evento é acabar com “crença” de que a água é um recurso ilimitado. “Quando há um período de seca, as pessoas acreditam que basta chover e a questão estará resolvida. Mas existem diversos problemas que podem implicar uma grande escassez de água, como a crescente industrialização, urbanização, desmatamento, e poluição dos rios”. Santos acrescenta que “se nada for feito, isso pode  aumentar as disputas pelo uso da água e deixar cada vez mais pessoas sem acesso a esse recurso”.

Vice-diretora da Escola Municipal Pequeno Jornaleiro, local onde ocorreu a ação, Regina Peçanha de Barros explica a importância de organizar campanha com as crianças. “A educação ambiental deve passar por todos, principalmente pelas crianças, que podem se tornar multiplicadoras da ideia. Além disso, elas devem estar conscientes do problema para cobrar soluções do governo e das empresas, pois serão as mais prejudicadas caso não seja feito algo para garantir o bom uso dos recursos hídricos”, alertou.

Um relatório divulgado em março deste ano pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que 768 milhões de pessoas em todo o planeta não têm acesso a água potável. O texto apresentado pelo órgão também prevê que, se não forem feitas intervenções que busquem reduzir a degradação ambiental, esse número pode chegar a 2,3 bilhões até 2050.

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