Superando obstáculos em busca da vitória

Exemplos de superação e da capacidade das pessoas com deficiência. Assim podemos classificar Mário Belo, de 37 anos, e Marco Antônio de Souza, de 42 anos. Ambos são funcionários da subsecretaria de Atenção à Pessoa com Deficiência de São Gonçalo e atletas que representam a cidade, o estado e o país em diversas competições esportivas nacionais e mundiais.

Mário contraiu poliomielite aos três anos de idade. Teve o primeiro contato com a Andef aos 20 anos e, através dela, com o esporte. Já disputou o Mundial de Handebol em Cadeira de Rodas de 2013, em Curitiba, pela seleção brasileira, que foi campeã. Agora participará do Campeonato Brasileiro de Handebol em Cadeira de Rodas de 2014, em Foz do Iguaçu (de 26 a 30/11), através do qual serão convocados os atletas para representar o país no Mundial de 2015, que acontecerá em junho na Austrália.

“Participar dessas competições e representar minha cidade, meu estado e meu país é importante para mim como pessoa e como cidadão gonçalense. Representar lá fora nossa cidade é algo inexplicável. Aqui na subsecretaria estamos trabalhando para que São Gonçalo seja uma cidade mais acessível e conscientizando as pessoas nas questões relacionadas às pessoas com deficiência. Claro que esperamos cada dia mais apoio, mas é preciso reconhecer que estamos caminhando para uma melhora”, afirmou Mário Belo.

Já Marco Antônio, mais conhecido como Kiko, perdeu a mão direita aos 13 anos em um acidente, quando trabalhava como padeiro. Também teve o primeiro contato com o esporte para pessoas com deficiência aos 20 anos através da Andef. Disputou na modalidade de corrida em vários campeonatos de atletismo, até se encontrar na verdadeira paixão que é o futebol. Participou do Mundial de Futebol de Amputados de 1995, na Rússia, quando a equipe brasileira voltou em 4º lugar. Em 2013, foi campeão juntamente com a seleção na Copa América, realizada em Minas Gerais. Agora ele competirá no Mundial de Futebol de Amputados de 2014, no México (de 27/11 ao dia 08/12).

“Também acho emocionante representar minha cidade e meu país nas competições e ouvir o hino nacional quando estamos na posição de atleta é maravilhoso”, explicou Kiko.
Ainda de acordo com ele, o trabalho que desenvolvem na subsecretaria está praticamente no início, com pouco mais de um ano, mas já é possível ver as mudanças e transformações na mentalidade das pessoas: “A maioria já entende que a cidade tem que ser acessível às pessoas com deficiência e que é preciso que as autoridades olhem pra isso e também para a questão da capacitação e encaminhamento ao mercado de trabalho”, disse.

Mário Belo enfatizou ainda a importância do espaço que se abre para a pessoa com deficiência: “São Gonçalo levanta a voz pra dizer que quer respeitar a pessoa com deficiência e fazer uma cidade diferente. Estamos dando um passo importante para dignificar essas pessoas. Aqui na subsecretaria, por exemplo, quando eles chegam com seus problemas e encontram outros com deficiências parecidas trabalhando, eles acabam ficando desarmados e veem que o problema que eles pensam que têm não são tão grandes, pois falamos de igual para igual”, explicou.

Ainda segundo Belo, as pessoas com deficiência devem parar de se vitimizarem e buscarem o empoderamento: “Às vezes as pessoas chegam aqui para pedir um apoio financeiro ou tentar se aposentar por invalidez porque acham que não têm condições de trabalhar e nós oferecemos um encaminhamento para emprego. Isso é importante: ensinarmos para essas pessoas que elas podem mais, que podem ser vitoriosas”, concluiu.

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