Curso gratuito ensina idosos a usarem smartphones, tablets e redes sociais

Um grupo de idosos está aprendendo a acessar e-mail, Facebook, Whatsapp e outras ferramentas pelo celular, em aulas no Centro de Educação Tecnológica e Profissionalizante (Cetep), da Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), na Ilha do Governador. O objetivo do projeto Melhor Idade Antenada é incluir digitalmente pessoas com mais de 55 anos para que possam se relacionar nas redes sociais on-line.

Vinculado à Secretaria de Ciência e Tecnologia, o Cetep oferece aulas sobre redes sociais às terças-feiras, das 17h às 18h, para uma média de 15 alunos. Inicialmente, a oficina terá duração de oito horas e poderá ser estendida, de acordo com as necessidades da turma.

– Queremos inserir as pessoas mais velhas neste processo de inclusão digital, que é parte integrante da Faetec. Houve, inclusive, uma preocupação em relação ao atendimento e solução das dificuldades em acessar, por exemplo, as redes sociais. Durante o curso, eles aprenderão a abrir e utilizar uma conta de e-mail, acessar o Instagram e o Whatsapp – disse o presidente da Faetec, Wagner Victer.

Segundo a coordenadora do Cetep, Isabel Cristina Moreira, a maioria dos alunos não tinha contato com computador desktop ou com internet.

– A maioria é leiga no uso de redes sociais e tem grande necessidade de inserção no meio digital. Muitos pediam ajuda do professor de Informática para usar o aparelho novo e com as aulas conseguem vencer essa barreira. Outro benefício é que, durante o curso, eles formam um grupo de convivência – afirmou Isabel Cristina.

Durante as aulas, a turma vai aprender a usar corretamente as funcionalidades de smartphones, digitação de textos e mensagens e técnicas para fazer compras seguras pela internet, além de noções básicas de redes sociais e internet.

– As famílias muitas vezes não têm paciência para repetir quando eles esquecem um comando, e o idoso acaba ficando à margem da sociedade digital. Aqui eles vão ganhar autonomia. No fim do curso, vou criar um grupo no Whatsapp para que continuem exercitando e mantenham contato – explicou o professor Bruno Aranda.

Alunos aprovam

Há um ano, a professora de alfabetização de adultos Maria do Céu Lima, de 66 anos, começou a fazer cursos de Informática para que seus alunos não se tornassem analfabetos digitais. No entanto, quando ganhou o celular da filha, percebeu que não sabia usar o equipamento e resolveu participar da oficina.

– Não sabia nada desse celular, só usava para fazer ligação. Até o contato com a minha filha, que é missionária, era difícil: ela mandava e-mail para o vizinho quando queria falar comigo. Agora, poderei me comunicar com ela pelo e-mail no meu celular – disse Maria do Céu.

A doméstica Maria Angela de Oliveira, de 59 anos, contou que, apesar das poucas aulas, já consegue acionar algumas ferramentas sozinhas.

– Em casa, ninguém tinha paciência para me explicar e eu ficava com medo de apertar alguma coisa errada e estragar o aparelho. Com as aulas, fiquei curiosa e até já consegui achar músicas. É muito bom vir e conhecer pessoas com as mesmas dificuldades que eu tinha – afirmou Maria Angela.

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