Filipe Luis é a segurança defensiva com qualidade no ataque

O mundo do futebol acordou nesta segunda-feira com duas certezas: as classificações de Brasil e Bélgica e que a tarefa mais dura era a sul-americana. De fato, os mexicanos venderam caro a derrota por 2 a 0 para os pentacampeões. Mas, horas depois, os japoneses deixaram todos boquiabertos ao abrirem dois gols de vantagem sobre a equipe de Hazard, logo no começo do segundo tempo. Só que a virada aconteceu. Assim, os palpites foram confirmados no campo, embora os níveis de dificuldades tenham apresentado papéis invertidos.

No fim, o confronto esperado vai ocorrer. Será na próxima sexta-feira (6), às 15h, de Brasília. Antes, às 11h, haverá uma luta árdua envolvendo França e Uruguai, pela outra vaga deste lado da chave na semifinal.

Para a partida entre Brasil e Bélgica, que também promete enorme equilíbrio, ambos os treinadores devem buscar uma forma de trabalhar fragilidades visíveis diante de norte-americanos e asiáticos. Ao contrário do que a maioria imaginava, o México iniciou o jogo indo para cima. Não colocou a bola na rede, na primeira etapa, principalmente pela eficácia da defesa brasileira, que levou apenas um gol até agora, justamente o polêmico do empate com a Suíça, na estreia. Além disso, a equipe tricolor demorou ceder oportunidades aos atacantes canarinhos.

Tite, que já ficou sem Daniel Alves às vésperas do Mundial, preferiu não arriscar com Marcelo. O jogador do Real Madrid foi opção no banco, após sair lesionado contra a Sérvia, dando espaço para Filipe Luís na esquerda. Do outro lado do campo, Fagner seguiu e surpreendeu. O questionado corintiano é a terceira opção para o setor, atrás de Danilo, o substituto inicial de Dani Alves.

Numa partida em que Neymar e Willian desencantaram com ótimas atuações, a dupla “reserva” de alas merece também elogios. Fagner foi o “burocrático seguro”. Não inventou e não se complicou. Tampouco comprometeu o time. Já Filipe Luís está longe de ser uma surpresa, mas fez um jogo do nível esperado para cima. Em suma, ambos vêm dando firmeza ao sistema com os zagueiros. Algo menos visto com as produtivas saídas de Daniel Alves e Marcelo ao ataque.

Daniel, como todos sabem, não está no grupo. Portanto, na direita, não há muitas indagações. Já Marcelo deve ter condições de jogar os 90 minutos em breve. Obviamente que, ao primeiro olhar, é inimaginável vê-lo na reserva novamente. É tido, de forma merecida, como o melhor do mundo na sua posição. Porém, o equilíbrio entre ataque e defesa está nos pés de Filipe Luís. Contra a Bélgica – de jogadores perigosos, que atuam pela ponta, como Hazard, Carrasco, Meunier e Mertens -, vale no mínimo dar ouvidos para a dúvida na hora de escolher. Tite está entre o melhor ofensivamente e aquele que sobe com qualidade ao campo adversário e retorna para marcar no mesmo tom.

Faltam quatro dias para esta tomada de decisão. Infelizmente, não acredito que o comandante da Seleção dará ouvidos para a possibilidade que surge. Enquanto isso, vale verificar quais serão os últimos classificados para as quartas. Nesta terça tem o encontro “sertanejo”, Suécia e Suíça (11h), além do bom duelo entre Colômbia e Inglaterra (15h).

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