Abate de suínos atinge recorde no Brasil

suinoO abate de suínos no Brasil no segundo trimestre deste ano atingiu um volume recorde desde 1997, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou as Pesquisas Trimestrais de Abate de Animais. Segundo a pesquisa, foram abatidos 9,7 milhões de animais, 5,7% a mais do que no segundo trimestre do ano passado e 5,8% a mais do que no primeiro trimestre deste ano.

O peso total das carcaças abatidas chegou a 860,2 mil toneladas, 7,7% superior ao mesmo período do ano passado e 8,3% a mais do que no primeiro trimestre deste ano. A região Sul respondeu por 66,3% do total de abates deste tipo de animal.

O abate de frangos também teve um recorde: o peso total das carcaças abatidas chegou a 3,27 milhões de toneladas, o mais alto da série histórica da pesquisa. O volume foi 3,3% superior ao primeiro trimestre deste ano e 7,4% maior do que no segundo trimestre de 2014. O total de animais abatidos (1,4 bilhão) teve crescimentos de 1,5% na comparação com o primeiro trimestre deste ano e de 5,5% em relação ao segundo trimestre de 2014.

O abate de bovinos teve quedas de 14,7% na comparação com o primeiro trimestre deste ano e de 10,7% na comparação com o segundo trimestre do ano passado, ao totalizar 7,6 milhões de cabeças. O peso das carcaças (1,84 milhão de toneladas) foi 8,3% menor do que no segundo trimestre de 2014, mas 0,4% maior do que no primeiro trimestre deste ano.

Novo perfil

suino2Os cortes magros da carne de porco estão mais saudáveis do que há 15 anos. Uma pesquisa do USDA* mostrou que todos apresentaram redução de 16% de gorduras nesse período. No caso específico das gorduras saturadas, a queda bateu a casa dos 30%. “Atualmente, este suíno é alimentado com ração à base de soja e milho. Com isso, ganhou menos gordura e maior presença de vitaminas e minerais”, explica  Rafaela Ambrósio de Lima, nutricionista clínica do Hospital Cruz Azul (SP). Um segundo diferencial é que a gordura do porco costuma se concentrar na superfície da pele, sendo mais fácil de ser retirada com a faca durante o preparo na cozinha. O oposto ocorre com a carne de vaca, cuja gordura vem entrelaçada nas fibras do alimento. Quando em quantidade moderada, aliás, não há por que temer as gorduras insaturadas. O nutriente exerce funções específicas no organismo, como fornecer energia. “Ele também ajuda na absorção de vitaminas lipossolúveis”, completa Cristina Simões de Carvalho Tomasetti, coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Norte do Paraná (Unopar).

Mitos populares

Diversas crendices que envolvem a carne de porco não possuem embasamento científico, como o fato de ela ser de difícil digestão. “O processo de digestão é semelhante ao de outras carnes. Afinal, todas possuem proteínas e gorduras. A exceção fica por conta da carne de peixe, que é digerida mais rápida”, diferencia a nutróloga Tamara. A carne de porco tampouco causa mais alergias do que outros alimentos. Ela, inclusive, está de fora do ranking dos principais alergênicos, composto por leite de vaca, ovo, amendoim, soja, trigo, nozes, peixes e frutos do mar. “Mas variações individuais, claro, podem ocorrer”, pontua a profissional. Para completar, engana-se quem pensa que a iguaria está no time das carnes brancas. Apesar de ter menos hemoglobina – pigmento que garante a coloração rubra das carnes – ela é considerada vermelha.

Hot roast pork
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Turbinada

O que a carne de porco tem para dar e vender são nutrientes. Além de contar com ácidos graxos do tipo ômega 3, 6 e 9, ela disponibiliza minerais como selênio, fósforo, potássio, ferro, magnésio e zinco – este último responsável pelo fortalecimento da imunidade. Da turma de vitaminas, merecem destaque os tipos A, E e do complexo B. No caso da tiamina (vitamina B1), o valor chega a ser até 10 vezes superior ao encontrado na carne bovina. Para quem não sabe, o nutriente dá uma mãozinha na conversão de pães e massas em energia, além de atuar sobre o sistema neurológico. “Uma porção pequena (85 g) de lombo supre aproximadamente 70% das necessidades diárias de tiamina num adulto”, conclui Rafaela.

Boa para quem malha

A carne de porco é fonte de proteína animal e de alto valor biológico. “Isso significa que ela tem todos os aminoácidos essenciais, que não são sintetizados pelo corpo”, lembra Luciana Di Pietro Magri, nutricionista e doutora em Biologia Funcional e Molecular pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Após consumidos, tais aminoácidos são recombinados em anticorpos, hormônios e tecidos musculares. O alimento, aliás, é ideal para quem sua a camisa na academia. “Hipertrofia muscular nada mais é que aumento na fabricação do músculo. Para isso, ele precisa de proteína de boa qualidade, como a carne do porco”, completa a especialista. O ideal é consumir duas porções pequenas (100 g a 150 g) de carnes por dia, sejam elas de boi, ave ou suína. No caso da carne de porco, os cortes que devem ser priorizados são os mais magrinhos, como o pernil assado (com 4,6 g de ácido graxo saturado) e o lombo assado (com 2,6 g).

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