Michel Miguel Elias Temer Lulia (Tietê, 23 de setembro de 1940) é um político, advogado, professor universitário, escritor brasileiro e o atual presidente interino da República Federativa do Brasil. Filho de libaneses que migraram para o país na década de 1920, é católico, como destaca sua biografia no site da Vice-Presidência da República. “A família sempre fiel aos preceitos cristãos”, diz o texto.

No primeiro mandato, foi considerado por si próprio e pelo partido como um “vice decorativo”. No segundo, ganhou mais poder ao comandar a articulação política. No entanto, após desentendimentos públicos com a presidente, Temer articulou pessoalmente o apoio ao afastamento de Dilma. Com o afastamento temporário da presidente hoje, Temer assume as atribuições presidenciais interinamente.

temer00Formado pela Faculdade de Direito da USP e doutor pela PUC-SP, Temer foi professor de direito constitucional e é autor de uma das principais obras sobre o assunto no país, Elementos de Direito Constitucional.

Confira, em 14 pontos, a carreira política do peemedebista:

1) Estreia na política

Após uma passagem como oficial de gabinete de Ataliba Nogueira, secretário da Educação paulista entre 1964 e 1966, e de consolidar uma carreira como jurista e procurador, Temer se filia ao PMDB em 1981. É nomeado procurador-geral do Estado em 1983, por convite do então governador peemedebista Franco Montoro.

2) Secretário da Segurança

(Foto: Reprodução)Em 1984, assume a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, cargo no qual ficaria até sair, dois anos depois, para concorrer a seu primeiro mandato eletivo.

Temer diria depois que “não conhecia nada” ao assumir comando da segurança paulista

3) Deputado federal

Sob incentivo de Montoro, se candidata e é eleito, em 1986, deputado federal constituinte pelo PMDB. Seria reconduzido à Câmara nas cinco eleições seguintes.

4) Volta ao governo paulista

Em 1993, se licencia do cargo de deputado e reassume a Secretaria da Segurança Pública de SP, desta vez para ajudar o então governador Antônio Fleury Filho (PMDB) a resolver a crise criada pelo Massacre do Carandiru, episódio no qual 111 presos foram mortos pela Polícia Militar durante uma rebelião.

Passa ainda pela Secretaria de Governo.

Nos anos FHC, Temer presidiria Câmara por dois biênios

5) Líder do PMDB e presidente da Câmara

Reeleito deputado federal, se torna líder da bancada peemedebista na Câmara em 1995, função que desempenharia até assumir, pela primeira vez, a Presidência da Câmara, em 1997.

Entre 27 e 31 de janeiro de 1998, assume pela primeira vez interinamente a Presidência da República – o chefe da Câmara é, constitucionalmente, o segundo na linha sucessória. Em 1999, é reeleito pelos pares para mais um biênio no comando da Casa.

Temer presidiu Câmara nos últimos dois anos do governo Lula

(Foto: Rodolfo Stuckert/Ag. Câmara)6) Presidência do PMDB

Temer assume, em 2001, o comando do PMDB. Em 2004, integra a ala do partido que deixou o governo Lula, para retornar dois anos mais tarde, após a eclosão do escândalo do mensalão.

7) Volta ao comando da Câmara e escolha como vice

Em 2009, é eleito novamente presidente da Câmara dos Deputados. Após resistência de setores petistas (incluindo Lula, segundo a imprensa), é escolhido como vice da então ministra Dilma Rousseff para a disputa pela Presidência da República, na primeira dobradinha PT-PMDB em uma eleição para o cargo.

Escolha de Temer como vice de Dilma enfrentava resistências no PT

(Foto: Valter Campanato/ABr)10) Após a eleição, desempenho discreto

Após a posse, em 2011, Temer passa a presidir fóruns comerciais brasileiros com a Rússia e a China. A imprensa relata distanciamento entre ele e Dilma Rousseff, que viaja menos ao exterior que seus antecessores e, com isso, abre menos espaço para desempenho do vice como presidente interino.

11) Resistência do PMDB e disputa à reeleição

Em eleição interna, com um placar considerado apertado para uma ocasião como essa (59% a 41%), o PMDB aprova a reedição da chapa para a disputa à reeleição em 2014. Ficam claras, assim, as rachaduras na parceria.

“O Brasil continuará a se desenvolver por conta dessa aliança e abrindo espaço para que o PMDB ocupe todos os espaços políticos neste país”, diz Temer ao comemorar a decisão do partido.

Ambos são reeleitos no segundo turno, em uma vitória apertada contra a dupla tucana Aécio Neves e Aloysio Nunes.

Reedição da chapa Dilma-Temer esteve longe de ser unanimidade no PMDB

(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Ag. Brasil)12) Articulação política

Em meio à crise política e ao avanço de protestos pró-impeachment, e após sucessivas derrotas do governo na Câmara, capitaneadas pelo então presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Dilma repassa a Temer, em abril de 2015, funções à época atribuídas ao ministro das Relações Institucionais.

Com isso, ele passa a ser responsável pela articulação entre governo e Congresso. Nos bastidores, segundo o noticiário, reclama de que os compromissos que assumiu com os parlamentares não eram honrados pelo ministro Aloizio Mercadante, responsável pela Casa Civil.

Em agosto, Temer deixa a articulação política do governo. O partido divulga um documento intitulado Ponte para o Futuro, no qual explicita sua visão sobre a crise e indica saídas para ela.

13) Carta e rompimento

Após a deflagração do impeachment de Dilma por Cunha, envia à presidente uma carta, na qual reclama do papel desempenhado no primeiro mandato.

No documento, no qual se queixa de ter sido tratado como um “vice decorativo”, diz ainda saber que a petista não confia nele nem no PMDB.

“Perdi todo protagonismo político que tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo”, afirma.

A carta é vista como passo inicial para um rompimento oficial do PMDB com a gestão Dilma, concluído no fim de março, poucas semanas antes da votação do impeachment na Câmara.

Carta foi considerada como primeiro passo para o rompimento

(Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil)14) Articulação e críticas

Desde o rompimento, Temer intensifica articulações e encontros para a composição de um novo governo. Passa a criticar “discurso de golpe” adotado por Dilma e pelo PT e a oficialmente se colocar como sucessor da presidente.

Com informações BBC Brasil

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