Em crise, município de Itaboraí faz cortes na saúde

leal juniorA Secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí adotou um novo sistema de funcionamento para o Hospital Municipal Desembargador Leal Junior. A partir de hoje (28/09), a unidade passa a priorizar casos de urgência e emergência. O atendimento ambulatorial será feito nas duas policlínicas da cidade, e as cirurgias eletivas ficam suspensas temporariamente. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Edilson Francisco dos Santos, as medidas foram adotadas após várias reuniões com a Justiça, o Ministério Público e o Governo do Estado, realizadas por iniciativa da Prefeitura.

“Hoje o município vive uma outra realidade. Perdemos 50% da arrecadação por conta da interrupção das obras do Comperj e não temos mais condições financeiras de manter o hospital funcionando em sua totalidade. Por isso, procuramos a Justiça, o MP, o Cremerj e o Governo do Estado para que nos orientassem a tomar uma decisão sem ferir a lei e com mínimo de prejuízo à população”, explica o secretário, dizendo que as mudanças são temporárias, e que tão logo o município recupere sua capacidade de arrecadação, os serviços voltarão à normalidade.

O custo do Hospital Leal Junior é de R$ 6,9 milhões/mês. Deste total, apenas R$ 700 mil vêm do Governo Federal. O restante é arcado integralmente pela prefeitura. O hospital é referência na região, e atende cerca de 18 mil pacientes mensalmente, sendo 20% de outros municípios. Com o novo funcionamento, o custo total será reduzido em 35%, passando para R$ 4,4 milhões mensais.

Além do contingenciamento, a Prefeitura também conseguiu aprovar com a Justiça a prorrogação, por mais 60 dias, do contrato com o Inase, OS que administra a unidade, até que a nova licitação para gerir o hospital, já em andamento, seja concluída.

PRINCIPAIS MUDANÇAS NO FUNCIONAMENTO DO HOSPITAL

1 – Os exames complementares (urina, sangue, raios-x etc) serão feitos apenas em pacientes em tratamento no hospital ou internados. Os demais pacientes que necessitarem de exames serão encaminhados pela Central de Regulação.

2 – Redução de 154 para 128 leitos de internação (16,8%):

– No CTI, os leitos serão reduzidos de 10 para 5, e os pacientes que necessitarem de permanência mais longa serão transferidos para outras unidades da região.

– Nas enfermarias, também haverá redução de leitos, de 32 para 24 (25%) na masculina, e de 24 para 16 (33%) na feminina.

3 – Suspensão temporária das cirurgias eletivas (oftalmologia, urologia, proctologia, plástica, vascular, geral e pediátrica).

4 – Suspensão temporária do atendimento nos ambulatórios (ortopedia, cirurgia geral, urologia, gastroenterologia, ginecologia e cirurgia vascular). Os serviços passarão a ser oferecidos nas duas policlínicas municipais, em Manilha e em Nancilândia (anexa ao hospital).

5 – Os serviços de endoscopia, colonoscopia, ultrassonografia e broncoscopia passam a ser realizados na policlínica anexa ao hospital.

6 – O serviço de tomografia computadorizada será realizado somente em casos de urgência e emergência.

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