Ministro condena atos de vandalismo contra o prédio do Paço Imperial no Rio
Organizada pelo skatista Ademar Lucas, o evento, intitulado Baile do Ademar, tinha mais de 7 mil presenças confirmadas no Facebook e oferecia ao público, além de música, pistas de skate e grafite. No dia seguinte, a histórica praça amanheceu coberta de lixo e com muitos cacos de vidro pelo chão, chegando a dificultar a passagem dos pedestres.
As fachadas do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), e do Paço Imperial, edifício construído no século 18, foram alvos de pichações. O Paço Imperial é um prédio tombado desde 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), instituição vinculada ao Ministério da Cultura.
“Lamentavelmente, o Paço Imperial, que estava impecável, foi pichado por vândalos. Nada contra festas e celebrações, mas isso é um crime contra o patrimônio histórico brasileiro”, disse Sá Leitão, que foi à Praça Quinze avaliar a dimensão da depredação.
O ministro conversou com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, sobre as providências cabíveis para identificação e punição dos responsáveis. O Iphan foi orientado a cobrar, dos organizadores da festa, o custo da restauração do Paço Imperial. “Para que a sociedade não arque com essa conta, solicitei ao Iphan que cobre a restauração dos organizadores do evento”, disse Sá Leitão.
Em seu perfil no Facebook, o skatista Ademar Lucas publicou uma nota em que reconhece os atos de vandalismo ocorridos na festa que organizou. “A pichação em edificações públicas, infelizmente aconteceu durante o Baile, contrariando o nosso discurso que é afirmativo e em prol do uso efetivo e consciente da cidade. Qualquer ação que vá contra a preservação do patrimônio, nós condenamos. Estamos em busca de diálogo e cooperação com os órgãos responsáveis e com os prejudicados para reverter nosso erro”, diz a nota.
Paço Imperial
Um dos marcos da história da cidade do Rio de Janeiro, o Paço foi inaugurado em 1743, após dez anos de construção, e inicialmente foi usado como Casa dos Vice-Reis do Brasil. Com a chegada da Corte de D. João VI, ao Rio de Janeiro, em 1808, tornou-se Paço Real e sede dos governos do Reinado e do Império.
Após a Proclamação da República, em 1889, abrigou a Agência Central dos Correios e Telégrafos. Restaurado nos anos 1980, hoje funciona como centro de exposições e eventos, além de sede da Biblioteca Paulo Santos.