Pesquisa mostra benefícios do chocolate amargo para o coração
Pesquisa publicada na revista científica International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), mostra que o chocolate amargo traz benefícios a pacientes que sofrem de doenças cardíacas.
Segundo Mourilhe, o estudo foi feito em pacientes que estiveram internados entre outubro e dezembro de 2013 no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, ligado à Universidade Federal do estado (UFSC), e demonstra que o chocolate amargo pode trazer efeito benéfico em relação à vasodilatação, similar ao efeito dos medicamentos usados pelos cardiologistas em doentes cardiopatas.
Isso ocorre em função de um composto químico existente no cacau, chamado flavonoide, presente também em alguns vinhos, que tem ação antiinflamatória e antioxidante e, em consequência, tem potencial de ação vasodilatadora.
“Os vasodilatadores são medicamentos que a gente usa normalmente em indivíduos com alguma cardiopatia. Então, se você tem uma substância que pode causar esse benefício, uma forma de transformar o efeito benéfico dessa substância em um medicamento seria produzir essa substância em forma de comprimido e não necessariamente o chocolate, porque ele tem outras substâncias que aumentam o peso”, disse.
A pesquisa analisou o consumo diário, pelos pacientes estudados, de 100 gramas de chocolate amargo com 85% de cacau, “ou seja, é bastante concentrada a questão do flavonoide”. Mourilhe observou que quando se identifica algum produto alimentar que tem uma substância positiva para o organismo humano, as etapas seguintes em um processo de pesquisa consistem em transformar essa substância em medicamento, excluindo os malefícios de outras substâncias misturadas.
O grupo que iniciou a pesquisa deve dar sequência aos estudos, mas Mourilhe não descarta a possibilidade de equipes de outros centros interessados participarem do processo. Segundo o vice-presidente da Socerj, a indústria farmacêutica poderia desenvolver esse medicamento.
A revista da Socerj recebe artigos de todo o Brasil e de alguns países estrangeiros, como Portugal, Colômbia, Venezuela. Ela tem tiragem de 4 mil exemplares e é indexada no Index Medicus Latino-Americano (Lilacs).